As autoridades suíças vão leiloar vários superdesportivos de luxo pertencentes a Teodorin Obiang Nguema, vice-presidente da Guiné Equatorial, e filho do presidente Teodoro Obiang Nguema, que governa o país com mão de ferro há 40 anos.
O leilão inclui sete Ferrari, cinco Bentley, três Lamborghini, um Maserati e McLaren, que deverá permitir arrecadar 18,5 milhões de francos suíços (17 milhões de euros), segundo a France Presse.
A estrela do leilão é um Lamborghini Veneno Roadster, que poderá atingir os 5,7 milhões de euros, e um Ferrari amarelo híbrido que poderá chegar aos 2,6 milhões de euros.
“Esta é uma venda excelente. É uma coleção privada de supercarros, com pouca quilometragem”, disse Philip Kantor da leiloeira britânica Bonhams.
Os carros foram confiscados pelas autoridades suíças em 2016 após a abertura de um inquérito por alegadas irregularidades financeiras cometidas por Teodorin Obiang, que é apontado como sucessor do seu pai. Os procuradores suíços desistiram das acusações este ano, mas os carros permaneceram confiscados.
Segundo a lei suíça, os procuradores podem desistir das acusações, neste tipo de crime, se os acusados oferecerem uma compensação que permita restaurar uma situação que esteja em conformidade com a lei. Para cobrir os custos judiciais, o Governo da Guiné Equatorial também concordou em dar 1,3 milhões de francos suíços (1,2 milhões de euros) para cobrir os custos do caso.
O país africano com 1,2 milhões de habitantes é um dos maiores produtores de petróleo em África. Uma antiga colónia espanhola, integrou a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014, uma decisão que causou polémica.
A Amnistia Internacional acusa o regime de Teodoro Obiang de repressão sistemática aos ativistas de direitos humanos e partidos da oposição.
“Durante demasiado tempo, as pessoas vivem num clima de meda por causa da impunidade sobre a violação dos direitos humanos e abusos, incluindo o imprisionamento de ativistas dos direitos humanos e opositores políticos com acusações falsas”, segundo a Amnistia Internacional.
Teodorin Obiang é conhecido pelo seu estilo de vida opulento e já esteve envolvido em mais polémicas. Em 2017, um tribunal de Paris condenou-o a três anos de pena suspensa pelo uso de dinheiro público para comprar ativos em França, incluindo a compra de uma mansão de seis andares numa das zonas de luxo da capital francesa, vários carros desportivos e obras de arte.
Ainda recentemente, as autoridades brasileiras confiscaram mais de 16 milhões de dólares em dinheiro e relógios de luxo, pertecentes a uma delegação que acompanhava Teodorin Obiang numa visita a título privado.
Segundo uma fonte diplomática da Guiné Equatorial, o dinheiro iria servir para pagar tratamento médico para o vice-presidente em São Paulo, com os relógios a servirem somente para uso pessoal.
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