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Suíça vai leiloar 25 superdesportivos de luxo de filho de ditador da Guiné Equatorial

Teodorin Obiang conhecido por levar um estilo de vida opulento tem estado envolvido em várias polémicas. Em 2017, um tribunal francês condenou-o a três anos de prisão, com pena suspensa, por usar dinheiro público para comprar uma mansão de seis andares numa zona nobre de Paris, vários superdesportivos e obras de arte.
EPA/LAURENT GILLIERON
29 Setembro 2019, 16h31

As autoridades suíças vão leiloar vários superdesportivos de luxo pertencentes a Teodorin Obiang Nguema, vice-presidente da Guiné Equatorial, e filho do presidente Teodoro Obiang Nguema, que governa o país com mão de ferro há 40 anos.

O leilão inclui sete Ferrari, cinco Bentley, três Lamborghini, um Maserati e McLaren, que deverá permitir arrecadar 18,5 milhões de francos suíços (17 milhões de euros), segundo a France Presse.

A estrela do leilão é um Lamborghini Veneno Roadster, que poderá atingir os 5,7 milhões de euros, e um Ferrari amarelo híbrido que poderá chegar aos 2,6 milhões de euros.

“Esta é uma venda excelente. É uma coleção privada de supercarros, com pouca quilometragem”, disse Philip Kantor da leiloeira britânica Bonhams.

Os carros foram confiscados pelas autoridades suíças em 2016 após a abertura de um inquérito por alegadas irregularidades financeiras cometidas por Teodorin Obiang, que é apontado como sucessor do seu pai. Os procuradores suíços desistiram das acusações este ano, mas os carros permaneceram confiscados.

Segundo a lei suíça, os procuradores podem desistir das acusações, neste tipo de crime, se os acusados oferecerem uma compensação que permita restaurar uma situação que esteja em conformidade com a lei. Para cobrir os custos judiciais, o Governo da Guiné Equatorial também concordou em dar 1,3 milhões de francos suíços (1,2 milhões de euros) para cobrir os custos do caso.

O país africano com 1,2 milhões de habitantes é um dos maiores produtores de petróleo em África. Uma antiga colónia espanhola, integrou a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014, uma decisão que causou polémica.

A Amnistia Internacional acusa o regime de Teodoro Obiang de repressão sistemática aos ativistas de direitos humanos e partidos da oposição.

“Durante demasiado tempo, as pessoas vivem num clima de meda por causa da impunidade sobre a violação dos direitos humanos e abusos, incluindo o imprisionamento de ativistas dos direitos humanos e opositores políticos com acusações falsas”, segundo a Amnistia Internacional.

Teodorin Obiang é conhecido pelo seu estilo de vida opulento e já esteve envolvido em mais polémicas. Em 2017, um tribunal de Paris condenou-o a três anos de pena suspensa pelo uso de dinheiro público para comprar ativos em França, incluindo a compra de uma mansão de seis andares numa das zonas de luxo da capital francesa, vários carros desportivos e obras de arte.

Ainda recentemente, as autoridades brasileiras confiscaram mais de 16 milhões de dólares em dinheiro e relógios de luxo, pertecentes a uma delegação que acompanhava Teodorin Obiang numa visita a título privado.

Segundo uma fonte diplomática da Guiné Equatorial, o dinheiro iria servir para pagar tratamento médico para o vice-presidente em São Paulo, com os relógios a servirem somente para uso pessoal.

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