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BCP dispara quase 4% mas não chegou para a bolsa fechar no verde

O BCP esteve hoje no centro das atenções. O Tribunal de Justiça Europeu sentenciou que os tribunais polacos são competentes para decidir se os créditos concedidos na Polónia (expurgados das cláusulas abusivas) poderão ser convertidos em zlotys, adiando o desfecho para um futuro incerto. Na Europa, as bolas fecharam mistas.
3 Outubro 2019, 17h50

Depois da tempestade, a bonança. O BCP fechou hoje a subir 3,87% para 0,1907 euros. Mas ainda assim o PSI-20 fechou em queda de 0,34% para 4.865,8 pontos, numa Europa que fechou mista e com a Bolsa alemã encerrada.

A subida das ações do BCP acontece no mesmo dia em que o tribunal europeu deu razão aos consumidores polacos no caso dos empréstimos em francos suíços mas com indicações que podem limitar o número de pedidos judiciais.

O grupo clientes lesados da banca polaca, contraíram empréstimos em francos suíços na década passada e, como a moeda helvética disparou no mercado cambial, agravou as dívidas destes clientes. Agora, o tribunal da União Europeu deu-lhes razão: os bancos deverão ter de converter as dívidas para zlotys e terão de assumir perdas milionárias. No entanto o governo polaco já prometeu ajuda à banca.

O desaire do dia em Lisboa foram as papeleiras. A Altri caiu -2,92% para 5,65 euros e a Navigator tombou -2,77% para 3,020 euros. Isto também arrastou a holding da família Queiroz Pereira (Semapa) para quedas (-1,57% para 11,280 euros).

No setor da energia, a EDP Renováveis caiu -1,43% para 9,640 euros e a Galp recuou -1,34% para 13,255 euros. Mas a EDP subiu 0,31% para 3,560 euros.

Destaque ainda para a queda da Jerónimo Martins (-1,14% para 14,775 euros).

A maior subida de hoje coube aos CTT que valorizou 1,25% para 2,108 euros. A REN fechou em alta de 0,77% para 2,625 euros.

A Europa fechou mista apesar de tarifas e arrefecimento económico nos serviços.

As praças europeias fecharam mistas num dia em que não há Dax porque a bolsa alemã está fechada.

O EuroStoxx 50 ganhou 0,12% para 3.417,37 pontos. Paris também fechou em alta (+0,37% para 5.442,6 pontos). O FTSE MIB de Milão também fechou no verde (+0,06% para 21.311,5 pontos).

Mas o IBEX perdeu 0,11% para 8.902,2 pontos e o FTSE 100 de Londres caiu 0,63% para 7.077,64 pontos.

As preocupações com o abrandamento do crescimento global e com o comércio internacional  marcaram a sessão de hoje.

“A decisão dos EUA em aplicar tarifas a alguns produtos oriundos da União Europeia deverá ter um impacto suave nas contas das empresas afetadas, levando a reações positivas em cotadas como a Airbus, LVMH, Remy Cointreau e Pernod Ricard”, refere o BCP no seu comentário de bolsa.

“A retirar mais ânimo está o arrefecimento acima do esperado da atividade terciária na zona euro, prolongando a série de indicadores que impactam negativamente na economia”, acrescenta o mesmo analista do BCP.

“Os indicadores divulgados hoje deterioraram ainda mais o sentimento”, ´´e também a opinião do analista do BPI.

Em setembro de 2019, segundo a Markit, o PMI nos serviços da zona euro registou 51,6 pontos, que compara com 53,5 pontos no mês anterior. O índice encontra-se, assim, acima do limiar da neutralidade (50,0 pontos).

O índice de atividade económica PMI na Zona Euro situou-se nos 50,1 em setembro, aquém dos 50,4 esperados. O mesmo indicador relativo ao setor dos serviços fixou-se nos 51,6, também inferior às previsões de 52,0. De referir que estes dados na Alemanha e em França também desapontaram os economistas.

Saíram também dados do Eurostat do comércio a retalho. Em agosto de 2019, o volume do Comércio a Retalho, a preços constantes e ajustado de sazonalidade, aumentou 0,3% na Zona Euro e aumentou 0,2% na UE a 28, face ao mês anterior. Em julho de 2019, o volume do Comércio a Retalho tinha registado variações de -0,5% na Zona Euro e -0,4% na UE a 28.

Portugal registou uma variação de 1,1% face ao mês anterior, o que compara com um aumento de 0,6% em julho de 2019. Comparando com o mês anterior e entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis para agosto de 2019, os maiores aumentos foram registados na Portugal (1,1%), Estónia (1,0%) e Finlândia (0,8%). As maiores quedas ocorreram na Áustria e Eslováquia (ambos -1,3%) e Croácia (-1,1%).

Em termos homólogos, o volume do Comércio a Retalho aumentou 2,1% na Zona Euro e 2,5% na UE28, em agosto de 2019. Já Portugal registou um aumento homólogo de 4,7%, após ter registado um aumento homólogo de 4,8% no mês anterior.

Entre os Estados-Membros para os quais existem dados disponíveis para agosto de 2019, os maiores aumentos do Comércio a Retalho em termos homólogos foram registados na Roménia (7,4%), Malta (6,2%) e Hungria (5,9%). Verificaram-se as maiores quebras na Eslováquia (-3,0%) e Luxemburgo (-1,5%).

O mercado de dívida pública regista uma variação negativa da dívida a 10 anos da Alemanha que transaciona a uma yiel de negativa de -0,59% no mercado secundário. A evolução face a ontem é de -4,4 pontos base.

Portugal tem os juros a 10 anos em queda de 3,9 pontos base para 0,146% e Espanha idem, com os juros a descerem 3,8 pontos base para 0,131% e Itália viu os juros descerem 7,4 pontos base para 0,872%.

O petróleo está em queda no mercado de Londres. O Brent caiu 0,68% para 57,3o dólares. O crude West Texas cai nos EUA 1,16% para 52,03 dólares.

O euro valoriza 0,22% para 1,0983 dólares.

 

 

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