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Estados Unidos continuam “a monitorizar a influência significativa da China na EDP”

Michael Considine, que representa o Departamento de Energia no poderoso Comité de Investimento Estrangeiro nos EUA, esteve em Lisboa e recordou que apesar da tentativa de controlo ter falhado, a influência chinesa na energética portuguesa continuar a ser motivo de atenção em Washington.
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23 Outubro 2019, 18h10

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges à EDP-Energias de Portugal e à EDP Renováveis morreu numa assembleia geral em abril, mas esse resultado não afastou a presença chinesa na energética portuguesa do radar de segurança norte-americano.

“Estamos muito conscientes do facto de, apesar de o recente bid para controlar a EDP ter falhado, o Estado chinês deter quase 28% do capital da empresa”, explicou Michael Considine, vice-secretário Adjunto do Departamento de Energia dos EUA, responsável pela área de investimento estrangeiro e segurança nacional num briefing na residência do embaixador norte-americano em Lisboa.

A estatal China Three Gorges, que detém 23,27% da empresa liderada por António Mexia, lançou a OPA em maio de 2018, mas desistiu da tentativa após uma proposta de alteração dos estatutos da empresa para acabar com o limite de votos de 25% por acionista ter sido chumbado na assembleia geral de abril. A CNIC, também detida pelo estado chinês, tem uma participação de 4,34% na EDP.

“Eles [os chineses] têm lugares na administração devido a esse investimento, portanto não tenho dúvidas que exercem influência significativa, e portanto é algo que continuamos a monitorizar”, sublinhou Considine, que representa o Departamento de Energia no Comité de Investimento Estrangeiro nos EUA (CFIUS).

“A EDP North America, através da unidade de renováveis, é um investidor muito significativo na rede elétrica nos Estados Unidos”, adiantou.

O embaixador George Glass explicou que a questão da OPA à EDP foi um dos mais importantes que tratou desde de ter sido nomeado por Donald Trump há pouco mais de dois anos, na perspetiva da segurança nacional, a par dos dossiês do 5G e do Porto de Sines.

Em março deste ano, Glass disse ao Jornal Económico que “em nenhuma circunstância os chineses vão controlar o que a EDP tem nos Estados Unidos”, adiantando que  a energética portuguesa devia ser controlada pelo Estado ou por privados sob regulação nacional.

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