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Espanha: Em último dia das campanha eleitoral, “Vox” e “Catalunha” são os temas mais quentes

Questões como a desaceleração económica foram descartadas, à medida que os candidatos disputam os eleitores indecisos antes das eleições a 10 de novembro.
Juan Medina/Reuters
8 Novembro 2019, 15h36

A dois dias da chamada às urnas, os candidatos abandonaram tópicos como economia ou tecnologia e concentram-se na Catalunha e no Vox, o partido de extrema direita que está em alta nas intenções de voto.

O Partido Popular de direita (PP) e Ciudadanos (Cidadãos) apoiaram, esta quinta-feira, uma proposta feita pela Vox na Assembleia de Madrid para “proibir imediatamente” quaisquer partidos separatistas “que ataquem a unidade da nação”. Apesar da proposta ter sido meramente simbólica, escreve o El País, foi uma maneira de atrair votos de eleitores indecisos.

Enquanto isso, o Partido Socialista (PSOE), que lidera um governo interino desde a eleição inconclusiva de 28 de abril, também adotou uma linha mais dura no separatismo catalão durante esta campanha, mas parece não ter tido os resultados desejados. Segundo as sondagens, o partido de Pedro Sánchez pode até perder lugares, embora ainda não seja claro que seja o vencedor no domingo, com cerca de 121 representantes na Câmara dos Deputados.

O que realmente apanhou os líderes do PSOE e PP desprevenidos foi a falta de debate sobre o estado da economia, nos debates desta semana.

Na quinta-feira, membros dos cinco principais partidos espanhóis realizaram um debate no canal de televisão La Sexta, onde aprofundaram mais as questões económicas em comparação com os candidatos presidenciais no debate de segunda-feira.

Por sua vez, no debate de segunda, Pedro Sánchez, do PSOE, Pablo Casado, do PP, Albert Rivera, de Ciudadanos, ou Pablo Iglesias, da anti-austeridade Unidas Podemos, fizeram esforços significativos para refutar as alegações de Santiago Abascal do Vox, que parece ter ganho mais força com sua presença no debate.

Embora a Catalunha e a Vox tenham empurrado os outros tópicos para fora do debate público, vários políticos consultados pelo jornal El País enfatizaram que a desaceleração económica é a questão número um com a qual o próximo governo terá que lidar na próxima legislatura.

Atualmente, Espanha apresenta níveis crescentes de dívida pública, privada e externa, além de ter um dos maiores défices da União Europeia e a segunda maior taxa de desemprego depois da Grécia. Fatores externos como um Brexit, uma queda no comércio global devido a políticas proteccionistas ou uma crise no setor automóvel seriam todos muito prejudiciais para a economia espanhola.

Ainda assim, questões como os efeitos da globalização, a revolução tecnológica ou o impacto da automação nos empregos não foram abordadas em momento algum nesta campanha.

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