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Aprender no presente a pensar no futuro

International Baccalaureate Organization juntou no Abu Dhabi representantes de escolas IB de 85 países para debater tendências na educação.
8 Dezembro 2019, 14h33

A conferência anual da International Baccalaureate Organization (IBO) é o maior encontro da comunidade IB. Realiza-se em outubro e este ano juntou mais de 1.500 participantes de 500 colégios e escolas IB públicas e privadas de 85 países. Os quatro principais oradores – Tina Blythe, Rosan Bosch, Clive Woodward e Michael Furdyk – partilharam o seu pensamento sobre o que é aprender no presente com instrumentos do futuro, desde as metodologias que envolvem o design comportamental até às tecnologias digitais ao serviço dos alunos.

Tina Blythe, Diretora de Aprendizagem e Extensão do Projeto Zero da Universidade de Harvard, levou ao Abu Dhabi três décadas de experiência na investigação, ensino e desenvolvimento de currículos, e centrou a sua intervenção na temática da mudança de cultura na sala de aula. “Qualquer pessoa que tenha estado numa sala de aula pode atestar como é difícil mudar a cultura existente”, constatou. Mas porquê? Porque custa tanto mudar? Por vezes é mais fácil responder do que fazer perguntas. O trabalho de Tina Blythe centra-se no estudo e promoção de boas práticas que envolvem professores e alunos na aprendizagem e no pensamento profundos, em especial, através da reflexão, do questionamento e da avaliação colaborativa do trabalho dos professores e dos alunos.

Rosan Bosch, fundadora do Rosan Bosch Studio, conhecida mundialmente pelas abordagens inovadoras e estratégicas de como as escolas podem fomentar o pensamento criativo nos alunos, destacou a importância do design no comportamento e no resultado da aprendizagem. “O ambiente físico influencia o estado emocional de alunos e professores”, afirmou. O Rosan Bosch Studio usa a criatividade como ferramenta para inovar e desafia as culturas e normas estabelecidas, transformando ambientes físicos em experiências com sentido.

Por seu turno, Sir Clive Woodward, o treinador que levou a equipa da Inglaterra a vencer o Campeonato do Mundo de Rugby na Austrália, em 2003, abordou a questão do paralelismo no desempenho de alunos e atletas. O peso da informação, que hoje está em todo o lado, assim como as expectativas dos pais e dos professores e o ritmo acelerado do quotidiano colocam pressão acrescida sobre os jovens. Os atletas de alta competição são treinados para saber gerir essa pressão e expectativas, condicionando o corpo e a mente no sentido de alcançar o máximo desempenho. Clive Woodward criou uma aplicação digital que visa melhorar a qualidade da aprendizagem no desporto e nos negócios, em geral, tendo por base as suas metodologias de treino.

O quarto orador convidado foi Michael Furdyk, cofundador e diretor de Inovação da TakingITGlobal, organização que disponibiliza programas educativos que visam incutir nos jovens a capacidade de compreender e enfrentar os desafios globais. No Abu Dhabi sublinhou a importância de envolver os jovens na busca de soluções na área da inovação social.

 

NOTA: Este texto foi publicado na edição de Novembro do Educação Internacional

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