A possibilidade levantada por alguns opositores republicanos a Trump de criarem um novo partido de centro-direita tem encontrado resistência internamente e afigura-se uma tarefa difícil, dado o cenário historicamente bipartidário da política norte-americana.
Depois da Reuters reportar em primeira mão as conversações entre cerca de 120 altos representantes republicanos descontentes com o rumo atual do partido, dois dos mais prestigiados congressistas republicanos notoriamente anti-Trump afirmaram ser contra a ideia de um novo partido, duvidando da eficácia de tal estratégia.
Liz Cheney, representante eleita pelo Wyoming, e Adam Kinzinger, representante do Illinois, esclareceram que não apoiam a criação de um terceiro partido político, antevendo que tal só ajudaria os democratas a vencer eleições, visto que dividiria o eleitorado à direita. Ambos os legisladores votaram a favor do processo de destituição ao 45º Presidente na câmara baixa do Congresso.
A ideia parece não reunir muito apoio, preferindo esta fação mais moderada do Grand Ol’ Party reformular o partido a partir de dentro. A Reuters recorda que Kinzinger, por exemplo, já criou um novo comité de ação política, os famosos PACs, para financiar campanhas nas primárias de moderados que concorram frente a trumpistas.
Por outro lado, o carácter profundamente enraizado do bipartidarismo americano dificulta significativamente a emergência de novas forças políticas, como é verificável pela história. O último presidente não afiliado a um dos dois principais partidos atuais foi Millard Fillmore, o vice-presidente promovido pela morte de Zachary Taylor e que ocupou o cargo até 1853. A sua família política, o Partido Whig, dissolveu-se em 1856.
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