A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, destacou esta segunda-feira a resposta “verdadeiramente impressionante” dos países à crise da covid-19, com medidas de apoio que pesam 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro.
“Para todos nós, o último ano da pandemia tem sido um desafio extraordinário e a todos os níveis a resposta da política pública tem sido verdadeiramente impressionante: as respostas nacionais têm liderado o esforço político, com medidas orçamentais que representam, em média, 4,5% do PIB da zona euro”, declarou Christine Lagarde.
Intervindo por videoconferência na Semana Parlamentar Europeia – iniciativa coorganizada pelo Parlamento Europeu e pela Assembleia da República, no quadro da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) -, a responsável notou que “a força da resposta europeia à crise tem dependido crucialmente da força das respostas nacionais e europeias em todas as áreas: monetária, orçamental, de supervisão e regulamentar”.
Porém, Christine Lagarde alertou que “a pandemia ainda não terminou” e, para isso, “será imperativo manter o alinhamento das políticas para o que se avizinha”.
O desafio, segundo a líder do banco central, é desde logo “trazer a economia rapidamente de volta ao potencial, ao mesmo tempo que se utiliza o impulso da recuperação para transformar as economias”.
“Não se tratará de regressar ao nível pré-pandémico”, vincou.
A seu ver, o foco da recuperação económica deverá assentar antes na “redução dos danos causados pela pandemia, tais como a redução permanente do emprego, que uma em cada cinco empresas está a considerar”, mas também no aproveitamento do contexto “oferecido pela pandemia, o que impulsionou um salto plurianual no progresso digital e trouxe um novo enfoque na sustentabilidade”.
Para permitir esta retoma na zona euro, Christine Lagarde garantiu ainda que “o BCE continuará a apoiar todos os setores da economia, preservando um financiamento favorável durante o período pandémico”.
“Por toda a Europa, as pessoas continuam a lutar com as consequências económicas e sociais da pandemia e ainda é altamente incerto como se irão desenrolar as próximas fases da pandemia”, concluiu a responsável.
Criada em 2012, esta ‘semana parlamentar’, que visa contribuir para assegurar a “responsabilização democrática dos executivos no domínio da governação económica e da política orçamental na UE”, decorre este ano de forma virtual devido às restrições em vigor na Europa devido à pandemia da covid-19, mas conta com um leque alargado de altos responsáveis políticos, incluindo os líderes das três instituições da UE.
No início deste mês, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, que “permanece nas garras da pandemia da covid-19”, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a União Europeia 3,7%.
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