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Assimetria da riqueza agravou-se em Portugal nos primeiros anos da ‘troika’

Em 2013, a riqueza líquida mediana dos 20% de famílias mais pobres era de 500 euros, o que compara os 630.000 euros dos 10% mais ricos.
26 Outubro 2016, 12h12

Dois anos depois da entrada da ‘troika’ em Portugal, os 20% das famílias mais ricas em Portugal viram a sua riqueza líquida aumentar, enquanto  todas as restantes famílias assistiram à degradação do seu património, quando comparada com a situação vivida em 2010. Entre os 10% mais ricos,  a riqueza líquida mediana aumentou de 546.000 euros para 629.000 euros,  enquanto nos 20% mais pobres caiu de 1.700 euros para 500 euros. Para  estas famílias, e analisando antes a riqueza líquida média, o valor cai mesmo de 1.400 euros para valores negativos, ou seja dívidas, de 2.000 euros.

As conclusões resultam do Inquérito à Situação Financeira das Famílias  em Portugal em 2013, realizado pelo Banco de Portugal em conjunto com o Instituto Nacional de Estatística.

De acordo com o mesmo estudo, não só existe uma forte assimetria da distribuição da riqueza em Portugal, como esta agravou-se entre 2010 e 2013.  Para se ter uma ideia, enquanto a riqueza líquida média das  famílias portuguesas era de 156.000 euros em 2013, a mediana, ou seja o ponto intermédio de todas as ocorrências, era de 72.000 euros, uma divergência que é superior á verificada em 2010.

Um dos principais factores diferenciadores na acumulação da riqueza prende-se com o rendimento. Em 2013, a riqueza líquida mediana dos 10% de famílias com maior rendimento (240,4 mil euros) era 9,8 vezes superior à riqueza líquida dos 20% com menor rendimento (24,6 mil  euros). A riqueza líquida aumenta ainda quando o indivíduo é trabalhador por conta própria e tenha completado o ensino superior.

A residência das famílias representa quase 90% do valor total dos ativos detidos pelas famílias, enquanto os depósitos a prazo são o principal ativo financeiro.

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