Os acionistas do BCP aprovaram o aumento do limite dos direitos de voto de 20% para 30%, uma das condições exigidas pelos chineses da Fosun para entrarem no capital do banco liderado por Nuno Amado.
Este ponto, que era o único a votação nesta assembleia geral de acionistas, foi aprovado com 99,7% dos votos presentes, dando os trabalhos por encerrados da reunião geral em menos de 20 minutos. “Só havia um ponto para votar que era o alargamento dos direitos de voto e correu muito bem. Mais de 99% votaram favoravelmente o alargamento de 20% para 30% o que cria as condições para haver acionistas com mais de 20% e eu acho que isso é favorável para o banco”, afirmou Nuno Amado, presidente do BCP, à saída da assembleia geral.
Este ponto foi adiado na última AGdepois do Banco Central Europeu (BCE) ter dado autorização à Fosun para entrar no BCP e poder reforçar até 30%. Na sequência desta nova composição acionista, a Sonangol não quis ficar atrás e solicitou também ao BCE autorização para reforçar no BCP até 30%, equilibrando assim as forças entre chineses e angolanos. Este terá sido o principal motivo de adiamento da votação deste ponto.
Questionado sobre se a Sonangol já teria recebido luz verde do Banco Central Europeu (BCE) para, à semelhança da Fosun, poder vir a reforçar no banco até 30% do capital, Nuno Amado remeteu a resposta para a petrolífera angolana. Em todo o caso, adiantou, “a Sonangol votou favoravelmente e penso que isso é positivo. Praticamente todos os acionistas votaram favoravelmente presentes na assembleia e isso foi muito positivo, e eu acho que perguntando à Sonangol eles seguramente poderão dar a resposta”.
O presidente do BCP reforçou que “neste momento estão criadas as condições para que haja acionistas que possam aumentar a sua participação. Podendo aumentar a sua participação para mais de 20% estão criadas as condições para o banco poder ter uma base acionista algo mais forte e também de apoiarem a própria evolução do banco. Nesse sentido o banco analisará as consequências desta votação e se tiver de tomar medidas fa-lo-á seguramente rapidamente e bem, no sentido de defender os interesses do banco, dos acionistas e de todos os clientes”.
Com este alargamento do limite dos direitos de voto, os chineses passam a ter luz verde para reforçarem até 30%. “Temos os acordos que foram feitos com a Fosun e esses acordos dão nos essa expectativa (de que reforcem) mas, como tudo na vida, há que trabalhar nesse sentido e é isso que vamos fazer, muito provavelmente, no início de 2017 cá estaremos para trabalhar no caminho e na direção certa”, adiantou Nuno Amado.
Questionado sobre se a votação ajuda a ultrapassar a saída do acionista histórico Sabadell, Nuno Amado respondeu: “eu penso que esta votação ajuda o banco. A situação do Sabadell que é um parceiro histórico está feita, a participação que tinham no banco está colocada no mercado, portanto vamos pensar para a frente, caminhar para 2017 bem, com alguma força e fazer o que temos de fazer para defender os interesses do banco”.
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