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Acordo Ortográfico: “Não devem ser os políticos a discutir hífenes”

Foi hoje proposta a melhoria e revisão do Acordo Ortográfico de 1990 por parte da Academia das Ciências de Lisboa junto da Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação Juventude e Desporto.
7 Fevereiro 2017, 14h34

Artur Anselmo, presidente da Academia das Ciências de Lisboa (ACL) dirige-se hoje à Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação Juventude e Desporto para propor a melhoria e revisão do Acordo Ortográfico de 1990 (AO90).

A ACL aprovou na semana passada, com 18 votos a favor e cinco contra, o documento “Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa”, da lexicógrafa Ana Salgado, que vai estar presente na audição de hoje, solicitada pelo BE, juntamente com o escritor socialista Manuel Alegre e o jurista Martim Albuquerque. O documento serviria de modelo para a revisão do Acordo, segundo divulga o Público.

O novo Acordo Ortográfico é sustentado por um tratado internacional, tendo sido projetado com o fim de “evitar a fragmentação da língua portuguesa, que estava a dividir-se em duas”, segundo a ex-ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, que defende que, sem esta unificação linguística “passaríamos a ser uma língua usada por apenas dez milhões”.

O deputado José Carlos Barros do PSD declarou ao Público que se deve analisar se os propósitos do Acordo estão a ser cumpridos, realçando que “houve intenções recomendáveis” no AO90, como o “reforçar o papel do Português como língua de comunicação internacional”. Nas declarações, o deputado admite que a definição da base ortográfica comum prevista pelo Acordo não está a ser cumprida.

“Não devem ser os políticos a discutir hífenes ou facultatividades”, afirma José Carlos Barros, partilhando da sua opinião a ex-ministra Gabriela Canavilhas e Jorge Campos.

No entanto, a ex-ministra da Cultura defende, segundo as declarações ao Público que “não pode haver iniciativas unilaterais por parte de país nenhum, e espero que o presidente da Academia tenha articulado a sua posição com as academias dos outros países e com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, que tem a seu cargo a elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum, que é a sede própria para se estabelecer alterações ao Acordo”, acrescentando que as propostas de alteração da Academia devem ser articuladas com as restantes entidades abrangidas no tratado.

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