O diretor de serviços de Informação e Análise da Direção-Geral da Saúde (DGS), André Peralta Santos, voltou à reunião do Infarmed esta terça-feira para indicar que Portugal mantém uma tendência de descida no número de novos casos e de mortalidade por Covid-19 em todo o território.
De acordo com André Peralta Santos, na semana que terminou no domingo passado, observou-se uma incidência cumulativa a 14 dias de 79 casos por 100 mil habitantes, o que significa uma “manutenção da tendência de descida”.
Relativamente à dispersão geográfica por todo o território nacional, o especialista da DGS indicou que se verificou uma “diminuição generalizada da incidência cumulativa”, com poucos municípios a situarem-se acima do limite dos 120 casos por 100 mil habitantes. Apesar deste indicador apresentar uma tendência de diminuição, a região de Lisboa e Vale do Tejo teve alguns municípios a apresentar crescimento superior a 30 casos na semana entre 14 a 20 de março, tendo uma incidência maior.
Face à análise dos grupos etários, o diretor de Análise da DGS apontou uma “diminuição generalizada em todos os grupos”. André Peralta Santos realçou ainda “a mudança de padrão, em que o grupo dos 80+ voltou a ter uma incidência inferior à média nacional, com a população entre os 60, 70 , 80 bastante protegida e também abaixo da média”. De referir que a população acima dos 60 anos tem sido priorizada no processo de vacinação.
Em termos de hospitalizações em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), a taxa mostrou situar-se abaixo do indicador de 245 camas para o território denunciando uma “descida expressiva na população dos 50 aos 59, 60 aos 69 e dos 70 aos 79”.
Também os internamentos em enfermaria registou uma manutenção da descida, com uma diminuição expressiva nos grupos com mais de 60 anos, indicou o especialista.
Segundo André Peralta Santos, perante o cenário de grande incidência que se verificou em janeiro e fevereiro, só as hospitalizações entre os 40 e os 60 anos foi suficiente para ultrapassar o indicador das 245 camas de hospitalização em UCI. “Para estarmos completamente seguros, a faixa etária a vacinar terá de ir até estas idades”, realçou o especialista da DGS.
Também a mortalidade e letalidade verificaram uma manutenção da descida bastante pronunciada, tendo-se observado uma diminuição da letalidade em cidadãos acima dos 80 anos.
O diretor de Análise destacou ainda o aumento da incidência da variante britânica no território nacional “como seria de esperar”, com uma prevalência de 73,3% em Lisboa e Vale do Tejo, entre os 60% e os 65% no Norte e Centro, de 30% no Alentejo e de 70% no Algarve, ainda que as estimativas destas duas últimas regiões apresentem uma maior incerteza.
André Peralta Santos destacou ainda a taxa de positividade acima dos 4% em alguns concelhos do território nacional, com a maioria da população acima dos 18 a apresentar uma positividade ligeiramente superior à média.
Relativamente à testagem, o especialista garantiu que a capacidade é “bastante considerável em todo o território nacional”, com grande parte dos testes a concentrarem-se nas faixas etárias acima dos 18 anos devido às atividades de rastreio que têm acontecido. Também se tem assistido a uma melhoria do desempenho na rapidez das notificações laboratoriais, mesmo nos meses que apresentaram maior incidência, sendo que apenas 10% dos testes positivos tinham a notificação laboratorial atrasada.
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