Produzem-se hoje dados numa escala que até há pouco tempo era inconcebível. E isso continuará a acontecer nos próximos anos. “As empresas têm vindo a aperceber-se que o valor não está na recolha e armazenamento de dados por si só, mas, sim, na exploração dessa informação, o que se reflete num aumento do número de anúncios de emprego para esta posição nos últimos anos em todo o mundo“, diz Filipa Rodrigues, coordenadora científica da pós-graduação Data Science, da Edurumos, empresa do grupo Rumos, explicando que há cada vez mais empresas a adotar uma estratégia de “data-driven business”. Isto é, uma estratégia onde as decisões são tomadas com base em factos (dados) e não com base em intuicões, pressupostos ou paradigmas do passado.
“O comportamento dos clientes e dos mercados está em constante mudança e, portanto, as organizações que tiverem a capacidade de prever e acompanhar estas alterações têm, obviamente, uma grande vantagem competitiva”, fundamenta.
O profissional que organiza e interpreta dados é o data scientist, ou cientista de dados, como se diz em português.
Pelo segundo ano consecutivo este foi considerado o melhor emprego para se ter nos Estados Unidos pelo site de recrutamento profissional Glassdoor. Para esta avaliação contribuiu o salário médio, a satisfação no trabalho e o número de ofertas de emprego.
Apesar de não haver estudos sobre o panorama em Portugal, Filipa Rodrigues diz que basta um pequena pesquisa para se verificar que existe um grande número de ofertas de emprego nesta área e que o número está a crescer.
A procura de formação especializada cresce a par da procura de profissionais pelo mercado de trabalho. A esta dinâmica, as instituições respondem com o lançamento de novos programas. O programa da Edurumos consiste em duas especializações: data science manager e data science researcher. A primeira visa introduzir os conceitos básicos usados num processo de data science, como constituir uma equipa e gerir projetos nesta área. A segunda tem como objetivo ensinar todos os passos essenciais num processo de data science, sendo que houve o cuidado de garantir que a teoria é sempre acompanhada de exemplos práticos. Isto porque, explica a coordenadora científica do curso, “existe uma preocupação em que o aluno adquira não só as bases teóricas, mas também que as saiba aplicar em situações reais, para que tenha a capacidade de resolver qualquer novo problema que surja no exercício das suas funções como data scientist“. O programa tem, no total, dez módulos, uma duração de 162 horas e custa 3.500 euros. Um candidato a data scientist deve ter bons conhecimentos de inglês, bases de estatística e matemática e alguma linguagem de programação.
Nas profissões do futuro, destaque também para uma meia dúzia de outras especializações: business analytics, experience designers, programadores, responsáveis de segurança de informação, engenheiros de rede ou especialistas de virtualização. Marco Anjos, por exemplo, viu na Academia de Programação Java a sua oportunidade. “Tendo iniciado a Academia com conhecimentos informáticos apenas como utilizador, e sendo a minha área profissional e académica completamente diferentes, não esperava alcançar o meu objetivo de ingressar num novo mercado de trabalho em tão pouco tempo”, conta.
Marco mudou de área, de carreira profissional e conseguiu emprego três meses após a conclusão da formação. Mudou totalmente de rumo.
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