Que expectativas tem para esta edição da Web Summit?
São elevadas. Já há um conjunto de indicadores que já ultrapassaram os da primeira edição. Do ponto de vista de participantes, esperam-se mais de 65 mil pessoas, quando no ano passado foram 52 mil. Também beneficiámos da experiência da primeira edição em Portugal e acreditamos que conseguimos melhorar a organização. Vamos ter um leque de oradores bastante interessantes, desde líderes de grandes empresas tecnológicas, de startups, de liderança política e de opinião.
O que fica deste tipo de eventos, depois de terminados? Já é palpável, em termos materiais, o que ficou da primeira edição?
É palpável, mas há alguns ativos intangíveis que têm mais relevância do que os aspetos mais materiais. Deste ponto de vista mais corpóreo, sabemos que, de imediato, injetou mais de duas centenas de milhões de euros na economia portuguesa, através de bens e serviços transacionados durante a conferência, desde o ponto de vista hoteleiro, turístico, de restauração, compras efetuadas, etc. Mas é prematuro fazer uma avaliação de impacto.
Num evento desta dimensão, isso só pode ser feito a médio prazo, mas no imediato o retorno foi já bastante expressivo. Eu diria que o maior legado que um evento como a Web Summit nos deixa é do ponto de vista intangível, na notoriedade de Portugal e na melhoria do posicionamento de Portugal em termos internacionais, face à comunidade tecnológica. Há um conjunto de investidores e empresas que estão já a investir em Portugal ou estão a equacionar investimentos em Portugal que foram certamente influenciadas pela exposição que o evento nos conferiu. Depois, há um conjunto de startups que têm sido investidas sucessivamente – no último ano houve uma dinâmica incrível.
Nós não achamos que tudo se deve ao evento, achamos é que o evento reforça um conjunto de fatores concretos que o país tem e que os mostra ao mundo. E isso é enormemente virtuoso. O grande argumento para atrairmos esta vaga enorme de investimentos que estamos a atrair, e que é inequívoca, tanto de PME e de grandes empresas, é a qualidade do nosso talento, em áreas tecnológicas em particular. Portanto dar a conhecer essa qualidade ao mundo, o conjunto de outros ativos que temos em Portugal, como as universidades, os institutos, a competitividade, as condições práticas para instalação de empresas, que são favoráveis. Também não pedimos desculpa por ter uma das melhores qualidades de vida.
O sol e praia também são fatores de atratividade?
As empresas são racionais, não são agentes de filantropia nem de lazer. Os temas da segurança e da qualidade de vida são a cereja em cima do bolo, podem ajudar se houver várias localização em competição pelo investimento e podem valer numa short-list para a decisão final. Mas tem de haver fatores concretos como a qualidade do nosso talento, a competitividade a vários níveis. Estes investimentos são de alto valor acrescentado, intensivos em conhecimento, e qualidade dos recursos humanos é decisivo.
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