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“Divergências profundas” entre parceiros de coligação podem forçar eleições antecipadas na Alemanha

Sete semanas após as eleições, Angela Merkel reconhece que existem “divergências profundas” entre as partes, o que, caso não venha a ser resolvido, pode obrigar o país a convocar eleições antecipadas.
17 Novembro 2017, 13h36

A chanceler alemã, Angela Merkel, continua sem conseguir fechar acordo com os democratas-liberais e os ecologistas que lhe permita garantir a governabilidade da Alemanha. Sete semanas após eleição, Angela Merkel reconhece que existem “divergências profundas” entre as partes, o que, caso não venha a ser resolvido, pode obrigar o país a convocar eleições antecipadas.

O resultado das eleições gerais na Alemanha, realizadas a 24 de setembro, abriu um período de grande incerteza no país. Longe de conseguir a maioria absoluta e com um dos piores resultados de sempre da história da CDU, Angela Merkel viu-se obrigada a procurar parceiros de coligação improváveis, depois de o segundo partido mais votado (o SPD de Martin Schulz) ter afastado a hipótese de um consenso.

A escolha recaiu então sobre os democratas liberais do FDP e os Verdes, que rapidamente ficou conhecida como a coligação Jamaica, devido às cores dos partidos. Desde então mais de dois meses se passaram e Angela Merkel veio esta quinta-feira reconhecer que as negociações entre as partes estão longe de estar concluídas.

“Há divergências, diferenças profundas. É um trabalho difícil, um trabalho muito complicado”, afirmou Angela Merkel. As medidas a adotar em relação aos impostos na Alemanha, a reforma política na União Europeia, os objetivos climatéricos e a política migratória são alguns dos temas em que os três partidos em negociação não conseguem reunir consenso.

Angela Merkel havia estabelecido como data limite para a formação de um novo Governo o dia 16 de novembro. Entretanto, a data foi alargada até ao meio-dia desta sexta-feira, mas o prazo voltou a ser ultrapassado. É provável que os democratas-cristãos da CDU continuem a negociar com o FDP e os Verdes durante o fim de semana.

A chanceler, que procura consolidar o quarto mandato consecutivo à frente do Executivo alemão, mostra-se no entanto otimista. “Acredito que podemos conseguir. Eu tenho vontade de conseguir, mesmo sendo um trabalho difícil”. Caso as negociações voltem a fracassar, o cenário de eleições antecipadas nas próximas semanas pode vir a concretizar-se.

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