Ministro da Defesa britânico culpa Donald Trump pela crise do Afeganistão

O ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, culpou esta segunda-feira o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump pelo caos no Afeganistão, em entrevista ao programa matinal da estação britânica “BBC”.

“A sorte estava lançada quando o negócio foi fechado por Donald Trump”, disse Ben Wallace, citado pelo “Business Insider”.

Em 2016, o cansaço das ‘guerras sem fim’ foi um dos fatores que motivou a eleição de Trump enquanto presidente dos EUA, conforme lembra a “BBC”. Se Trump tivesse sido reeleito teria retirado as tropas americanas mais rapidamente do que fez Joe Biden, uma vez que em fevereiro de 2020 os Estados Unidos e os Talibãs assinaram, em Doha, no Catar, um acordo que previa a retirada completa, em 14 meses, das tropas americanas.

O presidente Joe Biden defendeu amplamente esse acordo por confiar nas forças afegãs e considerar que os EUA não podem justificar a permanência no país ao fim de duas décadas.

Segundo Ben Wallace, “o presidente Biden herdou um momentum, que foi dado aos talibãs porque sentiram que agora tinham vencido. Ele também herdou o momentum de retirada das tropas da comunidade internacional”.

“Nesse sentido, as sementes do que estamos a ver hoje foram plantadas antes de o presidente Biden assumir o cargo. As sementes foram um acordo de paz que foi [efetivamente] apressado, que não foi feito em colaboração de forma adequada com a comunidade internacional e em seguida, um dividendo retirado com uma rapidez incrível.

Os Talibãs tomaram conta de Cabul e declararam um novo governo no domingo, depois de assumir o controlo da maior parte do país com velocidade inesperada devido à retirada das forças americanas após 20 anos.

Por sua vez, o ex-presidente pede a demissão de Joe Biden. “Primeiro, Joe Biden rendeu-se à Covid-19 e voltou com mais força. Depois rendeu-se aos talibãs, que rapidamente tomaram controlo do Afeganistão e destruíram a confiança no poder e na influência americanas. O resultado no Afeganistão, incluindo a saída, teria sido completamente diferente numa administração Trump”, referiu Donald Trump, citado pelo “Independent”.