A Sain-Gobain Portugal informa que deu por encerradas as negociações que vinha mantendo com os representantes sindicais e dos trabalhadores da sua divisão de vidro automóvel, depois de uma “proposta irrealista” apresentada por estes últimos, na sequência da decisão de encerramento desta subsidiária do grupo francês.
Em comunicado desta quarta-feira, a Saint-Gobain faz saber que irá avançar com o processo formal de despedimento coletivo, sendo que os moldes se definirão pela última proposta apresentada pelo grupo aos trabalhadores e sindicatos na reunião de terça-feira realizada na sede da empresa em Santa Iria da Azóia e que contou ainda com a presença de um representante da Direção-Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT).
Assim, o despedimento coletivo passará por uma compensação financeira de 100% acima do valor da indemnização legal de cada trabalhador, bem como pela manutenção dos seguros de saúde, de vida e de acidentes de trabalho até ao final de 2022 para cada colaborador dispensado. Esta proposta surgiu em resposta à última tentativa de acordo feita pelos representantes dos trabalhadores e dos sindicatos envolvidos, que a Saint-Gobain acusa de só terem tentado negociar na última e quinta reunião.
A solução sugerida pelos sindicatos e empregados da Saint-Gobain Sekurit Portugal consistia em “compensações pela empresa de um montante de 35 mil euros por trabalhador, mais três salários por cada ano de antiguidade (tendo como cálculo todos os subsídios e abonos), mais seguro de saúde para os trabalhadores e agregados familiares durante dois anos, mais um complemento mensal até à idade da reforma, de montante a definir”, informa a nota da empresa.
Perante a recusa da Saint-Gobain, a proposta dos trabalhadores foi posteriormente ajustada, passando a “2,5 salários por cada ano de antiguidade, compreendendo todos os subsídios e abonos, mais seguro de saúde para os trabalhadores e agregados familiares durante dois anos”.
Para o grupo francês, esta tentativa de negociação foi “irrealista e impraticável”, tendo precipitado a decisão de terminar as conversações e avançar com o processo de despedimento coletivo. Além das condições acima mencionadas, a Saint-Gobain lembra que contratou uma empresa especializada em processos de recolocação de trabalhadores e, dadas as soluções encontradas, perspetiva-se a possibilidade de recolocar a maioria dos 130 colaboradores agora dispensados, ainda que em localizações distantes de Santa Iria da Azóia, como Espanha.
A Saint-Gobain Sekurit Portugal anunciou a decisão de encerramento no passado dia 24 de agosto, em consequência do acumular de problemas financeiros que a pandemia agravou irremediavelmente, explica a empresa.
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