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Patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Inverno com investimentos em risco

Políticos e grupos de direitos humanos têm pressionado as empresas que patrocinam os Jogos Olímpicos de Inverno, assim como as suas concorrentes, a utilizarem o evento para condenar o tratamento de Pequim às minorias étnicas em Xinjiang, que os EUA e alguns legisladores europeus dizem ser um genocídio.
10 Dezembro 2021, 11h51

Para os gigantes mundiais do consumo que patrocinam os Jogos Olímpicos de Inverno 2022, sediados em Pequim, será um ato de marketing de alto risco. Os eventos são uma montra num dos mercados mais importantes para os maiores patrocinadores dos Jogos Olímpicos, onde se incluem a Intel, Coca-Cola ou a Toyota. A “Bloomberg” revela que, dez dos doze principais patrocinadores estão ponderar investir, no seu conjunto, 110 mil milhões de dólares (97,5 mil milhões de euros).

Porém, fora da China, políticos e grupos de direitos humanos têm pressionado essas mesmas empresas, assim como as suas concorrentes, a usar o evento para condenar o tratamento de Pequim às minorias étnicas em Xinjiang, que os EUA e alguns legisladores europeus dizem ser um genocídio. Alguns também pediram que, pelo menos, seja feito um boicote diplomático aos jogos.

Dos doze principais patrocinadores estrangeiros, apenas a marca Omega do Swatch Group e a Airbnb comentaram os dilemas que enfrentam. “Como uma marca global, certamente estamos cientes das tensões internacionais”, disse a Omega em comunicado.

Já a marca do Grupo Swatch, que é um dos principais patrocinadores destes jogos desde 2004, diz acreditar “sinceramente que os Jogos Olímpicos são uma oportunidade perfeita para se encontrar um terreno comum e espírito de união”.

A Airbnb afirmou que o seu negócio na China é pequeno, apenas cerca de 1% da sua receita anual, mas relevante. “Acreditamos que a China é uma parte importante da nossa missão de conectar pessoas de todo o mundo e de diferentes origens, agora mais do que nunca”, escreveu o porta-voz Harry Han num e-mail enviado à “Bloomberg”.

Numa audiência no congresso dos EUA em julho sobre o patrocínio corporativo dos jogos de inverno de Pequim, representantes da Coca-Cola, Airbnb, Procter & Gamble, Intel e Visa enviaram mensagens semelhantes: apoiam os direitos humanos e as Olimpíadas. A Intel foi a única empresa a dirigir-se especificamente a Xinjiang no seu depoimento, dizendo que não opera negócios na região.

Patrocinar os Jogos Olímpicos de 2022 “não nega nem prejudica o nosso compromisso de respeitar os direitos humanos ou as nossas atividades para prevenir o risco de violações dos direitos humanos”, disse o Conselheiro Geral da Intel, Steven Rodgers.

A China nega qualquer trabalho forçado na província ocidental, apelidando as acusações de “a maior mentira do século”. O país defende que as suas políticas estão a tirar a região da pobreza, impulsionando a economia e combatendo o extremismo.

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