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Topo da agenda: o que não pode perder na economia e nos mercados esta semana

IGCP regressa ao mercado na quarta-feira para um leilão de dívida a cinco e dez anos, numa altura em que os juros das dívidas soberanas caem no mercado secundário. Um dia depois, todas as atenções estarão centradas no que fará o BCE para ajudar a conter o impacto do coronavírus na economia da zona euro.
Armando Babani/EPA via Lusa
9 Março 2020, 07h35

IGCP vai ao mercado para angariar até 1.250 milhões de euros em dívida a longo prazo

Em dias de tempestade nos mercados financeiro e numa altura em que os juros das obrigações soberanas caem a nível global e os investidores fogem do risco, o Tesouro português regressa ao mercado esta quarta-feira para um leilão de dívida a longo prazo. “O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 11 de março pelas 10:30 horas dois leilões das OT [Obrigações do Tesouro] com maturidade em 15 de outubro de 2025 e 18 de outubro de 2030”, anunciou a entidade liderada por Cristina Casalinho, em comunicado divulgado esta sexta-feira. O leilão tem um montante indicativo global entre mil milhões de euros e 1.250 milhões de euros.

No último leilão de dívida a longo prazo, a 12 de fevereiro, o IGCP emitiu  um total de 1.227 milhões de euros num leilão de Obrigações do Tesouro a seis e 14 anos. No primeiro leilão duplo deste ano, o IGCP pagou uma taxa negativa (-0,057%) para emitir 564 milhões em dívida com prazo em julho de 2026, enquanto na dívida a 14 anos anos, o Tesouro pagou uma taxa de 0,555% para colocar 663 milhões de euros, face à yield de 0,49% num leilão em outubro de 2019.

Reino Unido apresenta o Orçamento

Apenas 27 dias depois de assumir funções, o ministro das Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, entrega o seu primeiro orçamento esta quarta-feira, após a saída de Sajid Javid, que renunciou repentinamente ao cargo depois do primeiro-ministro britânico lhe ter pedido para demitir todos os assessores, para que assumisse a pasta do Tesouro na totalidade. Numa altura em que a economia britânica cresce ao ritmo mais fraco desde a crise financeiro e com o impacto do coronavírus, a possibilidade de estímulos para a economia é um dos temas em destaque.

BCE segue caminho da Fed?

A Reserva Federal norte-americana cortou na semana passada a taxa de juro directora em 50 pontos base para um intervalo entre os 1% e os 1,25%, devido devido aos riscos crescentes que o surto do coronavírus COVID-19 representa para a atividade económica. Esta quinta-feira, o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu reúne e os analistas estão expectantes se Christine Lagarde irá fazer um anúncio semelhante a Jerome Powell. Com pouca margem de manobra, a presidente do BCE poderá ainda anunciar um aumento do programa de compra de ativos, com o objetivo de injectar mais liquidez na economia.

S&P deverá pronunciar-se sobre o ‘rating’ de Portugal 

A S&P tem agendada uma avaliação à dívida soberana de Portugal esta sexta-feira. A agência de notação financeira norte-americana manteve em setembro a notação da dívida soberana portuguesa em ‘BBB’, mas subiu a perspetiva de ‘estável’ para ‘positiva’, destacando a melhoria da composição, maturidade e custos associados à dívida, assim como a capacidade de Portugal cumprir com as suas obrigações. No entanto, deixa o aviso: “se o risco de refinanciamento externo aumentar ou se houver uma deterioração inesperada e sustentada no desempenho orçamental e de crescimento” poderá descer o ‘outlook’ para estável. Na última avaliação a Portugal agendada, a Moody’s manteve em janeiro a notação da dívida soberana portuguesa inalterada em ‘Baa3’ e outlook ‘estável’, optando por não publicar um relatório. O calendário das agências é apenas indicativo e estas podem optar por não se pronunciarem.

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