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Wall Street em queda em livre. Dow Jones afunda máximo histórico de 2.000 pontos

O dia foi negro em Wall Street, com o industrial Dow Jones a registar a maior perda intraday de sempre, perdendo 2.013 pontos. 
Traders work on the floor of the New York Stock Exchange (NYSE) shortly before the closing bell in New York, U.S., January 6, 2017. REUTERS/Lucas Jackson
9 Março 2020, 20h34

A guerra dos preços de petróleo incendiou o sentimento do mercado, levando os investidores a fugirem destes títulos que, tipicamente, comportam maior risco. O dia foi negro em Wall Street, com o industrial Dow Jones a registar a maior perda intraday de sempre, perdendo 2.013 pontos.

Esta segunda-feira, o S&P 500 caiu 7,60%, para 2.746,56 pontos; o tecnológico Nasdaq desvalorizou 7,29%, para 7.950,68 pontos; e industrial Dow Jones tombou 7,79%, a maior queda desde dezembro de 2008, para 23.851,02 pontos.

O pânico chegou aos mercados, numa tempestade perfeita com vários ingredientes. Numa primeira fase, embora o impacto económico do Covid-19 seja ainda incógnita, já começa a gerar receios palpáveis – o petróleo foi o primeiro ativo a ressentir-se ainda antes da guerra de preços lançada pela Arábia Saudita. Numa segunda fase, a queda abrupta dos preços do petróleo depois de o objetivo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em cortar a produção de crude, para suportar os preços, ter esbarrado na Rússia. Numa terceira fase, deu-se o ‘sell off‘ das bolsas a nível mundial.

Nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate, está a negociar nos 20,88 dólares, depois de perder 25,19%. E, em Londres, o barril de Brent, referência mundial, cai24,21%, para 34,21 dólares. Segundo a “Reuters”, trata-se da maior queda diária do preço do crude desde 1991.

“Esta situação nunca foi antes vista na história do petróleo”, disse a “Reuters” o diretor executiva da Agência Internacional da Energia, Fatih Birol, quando se referiu “à massiva oferta e aos choques na procura enquanto motores da crise”.

Nas ações, os títulos das energéticas e da banca foram as mais penalizadas. A Chevron afundou 15,33%, a Exxon Mobil perdeu mais de 12% e a ConocoPhillips tombou 24,87%.

Na banca, o JPMorgan chase, Morgan Stanley, Wells Fargo, Bank of America e Goldman Sachs, registaram fortes perdas entre os 10,35% e os 14,70%.

O ‘sell off” das bolsas levou os investidores a procurarem refúgio nas obrigações do Tesouro, empurrando a yields para baixos níveis recorde numa altura em que o mercado antecipa que a Reserva Federal adote uma política agressiva de corte das taxas de juro.

Segundo os analistas da Goldman Sachs, as estimativas são de que a Fed corte as taxas de juro em 50 pontos base depois da reunião de 17 e 18 março, a que se seguirá outro corte até 0.25%  na reunião de abril, marcada para os dias 28 e 29.

(atualizada com mais informação)

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