A guerra dos preços de petróleo incendiou o sentimento do mercado, levando os investidores a fugirem destes títulos que, tipicamente, comportam maior risco. O dia foi negro em Wall Street, com o industrial Dow Jones a registar a maior perda intraday de sempre, perdendo 2.013 pontos.
Esta segunda-feira, o S&P 500 caiu 7,60%, para 2.746,56 pontos; o tecnológico Nasdaq desvalorizou 7,29%, para 7.950,68 pontos; e industrial Dow Jones tombou 7,79%, a maior queda desde dezembro de 2008, para 23.851,02 pontos.
O pânico chegou aos mercados, numa tempestade perfeita com vários ingredientes. Numa primeira fase, embora o impacto económico do Covid-19 seja ainda incógnita, já começa a gerar receios palpáveis – o petróleo foi o primeiro ativo a ressentir-se ainda antes da guerra de preços lançada pela Arábia Saudita. Numa segunda fase, a queda abrupta dos preços do petróleo depois de o objetivo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em cortar a produção de crude, para suportar os preços, ter esbarrado na Rússia. Numa terceira fase, deu-se o ‘sell off‘ das bolsas a nível mundial.
Nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate, está a negociar nos 20,88 dólares, depois de perder 25,19%. E, em Londres, o barril de Brent, referência mundial, cai24,21%, para 34,21 dólares. Segundo a “Reuters”, trata-se da maior queda diária do preço do crude desde 1991.
“Esta situação nunca foi antes vista na história do petróleo”, disse a “Reuters” o diretor executiva da Agência Internacional da Energia, Fatih Birol, quando se referiu “à massiva oferta e aos choques na procura enquanto motores da crise”.
Nas ações, os títulos das energéticas e da banca foram as mais penalizadas. A Chevron afundou 15,33%, a Exxon Mobil perdeu mais de 12% e a ConocoPhillips tombou 24,87%.
Na banca, o JPMorgan chase, Morgan Stanley, Wells Fargo, Bank of America e Goldman Sachs, registaram fortes perdas entre os 10,35% e os 14,70%.
O ‘sell off” das bolsas levou os investidores a procurarem refúgio nas obrigações do Tesouro, empurrando a yields para baixos níveis recorde numa altura em que o mercado antecipa que a Reserva Federal adote uma política agressiva de corte das taxas de juro.
Segundo os analistas da Goldman Sachs, as estimativas são de que a Fed corte as taxas de juro em 50 pontos base depois da reunião de 17 e 18 março, a que se seguirá outro corte até 0.25% na reunião de abril, marcada para os dias 28 e 29.
(atualizada com mais informação)
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