O deputado único e presidente do Chega, André Ventura, escreveu uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pedindo-lhe que “não coloque nas ruas presos que tornarão a vida dos portugueses num inferno”, na medida em que farão aumentar o “sentimento de insegurança” e ameaçar “a sua vida ou o seu património”.
Numa carta enviada ao Chefe de Estado no domingo, véspera do dia em que este decidiu conceder 14 indultos a presidiários com mais de 65 anos e problemas de saúde, após uma audiência com a ministra da Justiça, Francisca van Dunem, Ventura recomenda Marcelo a fazê-lo “unicamente nos casos de indiscutível misericórdia, pela extrema vulnerabilidade do recluso”. Em sua opinião, “fazer o contrário é lançar a semente da discórdia na sociedade portuguesa, num momento em que mais precisamos de unidade”.
Para o deputado do Chega e candidato presidencial – assumidamente com “enormes divergências de pensamento” em relação ao Presidente da República, que deverá enfrentar nas eleições marcadas para janeiro de 2021 -, a concessão de indultos a determinados presidiários terá o condão de agravar as consequências da crise económica provocada pela Covid-19. “Se estiverem em liberdade criminosos experientes e antigos reclusos, não será muito mais fácil termos uma fortíssima onda de crimes contra o património dos portugueses já na segunda metade do ano?”, pergunta na carta ao Chefe de Estado.
“Cada crime que seja cometido por algum recluso que tenha beneficiado do indulto presidencial será direta e politicamente responsabilidade sua”, lê-se ainda na carta enviada por André Ventura a Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que “isto definirá a sua presidência”.
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