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Três ‘tuítes’ que explicam a polémica do “Estudo em Casa” que envolveu Rui Tavares

Aula de História e Geografia para o 5º e 6º anos foi para o ar no “Estudo em Casa” a 24 de abril e contou com a introdução de um programa da RTP de dezembro de 2018, conduzido pelo fundador do Livre. Esta semana, a polémica ganhou contornos que obrigaram o Governo a negar que Rui Tavares fosse professor no “Estudo em Casa”.
5 Maio 2020, 13h03

A 24 de abril, sexta-feira, foi para o ar a segunda aula de “Estudo em Casa” de História e Geografia de Portugal do 5º e 6º ano. O tema versava sobre a expansão marítima do século XV e a manutenção do império global no século XX e gerou de imediato alguns comentários nas redes sociais, apesar de não terem gerado a carga mediática que se iria fazer sentir no início desta semana.

Esta segunda-feira, o eurodeputado Nuno Melo criticou Rui Tavares realçando que o fundador do partido “Livre” “tinha sido escolhido para a tele-escola” e que “a tele-escola escolheu para o ensino de alunos, a opinião de um político no activo, com uma visão profundamente ideológica na matéria em causa, longe de ser maioritária. É errado e sem senso”.

Depois de Nuno Melo ter dado o ‘tiro de partida’ para esta polémica, foi o seu próprio partido, o CDS-PP, a pedir explicações ao Governo sobre a “escolha dos professores do projeto #EstudoEmCasa”, realçando que a aula de História tinha sido “parcialmente dada pelo historiador e político Rui Tavares, fundador do partido Livre e publicamente reconhecido como seu líder e porta-voz”.

A reação de Rui Tavares às críticas de Nuno Melo e do CDS-PP não se fez esperar. O fundador do “Livre” negou que alguma vez tivesse dado aulas na telescola e que tivesse apresentado uma visão deturpada do regime de Salazar, apresentando argumentos do “regime, oposição e observadores externos”.

Neste tweet, Rui Tavares disponibilizou o link para o episódio 14 do programa “Memória Fotográfica” dedicado à Exposição do Mundo Português e com duração de 5 minutos, transmitido originalmente a 16 de dezembro de 2018 na RTP. “Numa Europa em guerra, Portugal destaca-se por se manter fora desse conflito, e dedica-se a criar a exposição do Mundo Português, em Belém. Uma espécie de propaganda num “paraíso claro e triste””, pode ler-se na sinopse do programa.

Ainda na segunda-feira, foi a vez de David Justino, vice-presidente do PSD, sair em defesa de Rui Tavares qualificando o “alarido” de “desonesto, manipulador e próprio de uma direita trauliteira sem escrúpulos”.

A polémica gerou tal burburinho nas redes sociais que o Governo foi obrigado a reagir oficialmente. Num esclarecimento remetido ao jornal “Expresso”, o Ministério da Educação garantiu que Rui Tavares “não é professor do projeto #EstudoEmCasa” e que o recurso aos conteúdos da RTP é prática corrente neste e nos outros anos letivos.

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