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ASF esclarece que não se opôs à venda do GNB porque Lindberg não seria o beneficiário final

Supervisor de seguros português reitera que apenas se pronunciou sobre idoneidade e capacidade de assegurar gestão sã da GNB pelo fundo Apax, no qual não detetou ligações com o empresário condenado por corrupção nos EUA.
10 Agosto 2020, 15h30

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) veio esclarecer em comunicado que apenas se pronunciou sobre a idoneidade dos acionistas interessados na compra do GNB – Companhia de Seguros de Vida, cuja venda foi notícia esta segunda-feira no Público pelos valores a que foi concretizada.

A ASF retifica que “em momento algum se pronunciou sobre a operação de venda, mas apenas sobre a idoneidade e a capacidade dos novos acionistas para assegurar a gestão sã e prudente da GNB”, reiterando que o empresário condenado por corrupção nos EUA referido na peça, Greg Lindberg, não foi o beneficiário final da operação.

A ASF esclarece que, tendo consultado supervisores de seguros em diversos países onde o grupo controlado por Lindberg atuava, “em particular os supervisores de Malta, Itália, Holanda, Reino Unido, Luxemburgo, Bermuda, Carolina do Norte e Michigan”, ficou a saber de várias acusações que o empresário enfrentava.

No entanto, o pedido de avaliação de idoneidade alterou-se quando “os requerentes informaram que um fundo gerido pela Apax Partners LLP pretendia adquirir a GBIG Portugal, S.A., e, consequentemente, Greg Evan Lindberg não seria o beneficiário último da operação, nem a estrutura acionista prevista para a GNB – Companhia de Seguros de Vida, S.A. seria aquela que tinha sido apresentada no processo inicial”.

Assim, a autoridade de supervisão afirma não se ter oposto à operação por não ter conseguido apurar, em múltiplas diligências efetuadas, qualquer ligação entre Lindberg e o grupo que adquiriu a GNB, agora designada GamaLife.

Recorde-se que o Público noticiou esta segunda-feira a venda da seguradora com um desconto de quase 70%, o que gerou uma perda de 268,2 milhões de euros, valor “compensado” pelo Fundo de Resolução, depois do pedido de António Ramalho, o presidente do Novo Banco, de nova injeção de dinheiros públicos.

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