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APB: Resultados líquidos da banca caem 77% no semestre com a pandemia

Nos primeiros seis meses do ano, os resultados líquidos dos bancos caíram cerca de 77% face ao período homólogo, uma descida maioritariamente explicada pela necessidade de reforçar a constituição de imparidades.
Cristina Bernardo
15 Outubro 2020, 16h53

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) divulgou a Síntese de Indicadores do Setor Bancário, relativa ao segundo trimestre de 2020 e que tem por base os dados divulgados pelo Banco de Portugal.  Neste período, foram já visíveis os impactos da pandemia Covid-19 sobre o setor, nomeadamente ao nível da rentabilidade, diz a APB.

Nos primeiros seis meses do ano, os resultados líquidos dos bancos caíram cerca de 77% face ao período homólogo, uma descida maioritariamente explicada pela necessidade de reforçar a constituição de imparidades.

As imparidades em percentagem do produto bancário subiram de 16,3% em junho de 2019 para 25,7% em junho deste ano.

O lucro de todos os bancos associados da APB somaram em junho 255 milhões de euros, o que compara com 1.100 milhões em junho de 2019.

A rentabilidade dos capitais próprios tombou de 6,0% para 0,9% de março para junho.

Ao nível da demonstração de resultados, a margem financeira caiu, de junho de 2019 para junho de 2020, 3,3% para 3.082 milhões;  as comissões descem 5,7% face a junho do ano anterior para 1.381 milhões, e com isto o produto bancário cai -4,5% para 4.669 milhões de euros num ano.

O rácio de eficiência também se degradou ao passar de 57,2% para 58,0% de março deste ano para junho. Isto apesar da queda de 3,3% anual dos custos para 2.706 milhões de euros.

Já a rentabilidade do ativo recuou de 0,6% para 0,1% do primeiro para o segundo trimestre. O ativo somou 413 mil milhões de euros (4,6% acima do ativo no primeiro trimestre).

Segundo a APB, na comparação entre o primeiro semestre deste ano e o primeiro semestre do ano passado, e apesar do contexto adverso, verificou-se uma subida de 3,2% nos depósitos de clientes, para os 278,9 mil milhões de euros, e um aumento na concessão de crédito.

Entre abril e junho, o crédito às empresas registou uma subida de 5,2%, o que é elucidativo do papel que os bancos têm tido no apoio à economia neste momento particularmente difícil, seja através dos mecanismos garantidos pelo Estado, seja através dos seus próprios instrumentos.

Em termos de qualidade dos ativos, o rácio de NPL caiu de 6,0% para 5,5% de março a junho, e no mesmo período, o rácio de cobertura por imparidades subiu de 51,3% para 53,1%.

 

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