Pedro Filipe Soares garante que Orçamentos do Estado “de esquerda” terão “apoio do BE”

O dirigente bloquista Pedro Filipe Soares garantiu este sábado que qualquer Orçamento do Estado “de esquerda” terá “o apoio do Bloco de Esquerda” (BE). O bloquista defendeu que “ainda está por mostrar” que o Governo queria “um Orçamento do Estado à esquerda” para este ano e apontou o dedo aos socialistas por terem “medo” que as bandeiras do BE sejam “maioritárias na sociedade”.

“Esta é a esquerda que nunca faltou à esquerda e, portanto, qualquer Orçamento do Estado de esquerda terá o apoio do BE”, defendeu Pedro Filipe Soares, na apresentação da moção A, intitulada “Sair da Crise, Lutar contra a Desigualdade” e que é encabeçada pela coordenadora bloquista Catarina Martins, na XII Convenção Nacional do BE, que decorre este fim de semana em Matosinhos, no distrito do Porto.

O bloquista, cujo mandato enquanto deputado e líder parlamentar do BE está suspenso por motivos de licença parental, referiu que a “pergunta que se coloca é se o Partido Socialista [PS] quer fazer um Orçamento do Estado de esquerda para poder dialogar com a esquerda do país”. Na perspetiva de Pedro Filipe Soares, há “alguns indícios desta resposta e eles não são positivos” quanto às intenções dos socialistas.

Sobre o voto contra do BE ao Orçamento do Estado de 2021 (OE2021), explicou que “ainda está por mostrar que o PS queira um Orçamento do Estado à esquerda” e acusou os socialistas de terem decidido, inicialmente, “não ter qualquer acordo com partidos de esquerda” e, com a pandemia, terem “poupado quando o país mais precisava de apoios”, numa lógica de “submissão” aos interesses da União Europeia.

“O PS aprendeu a lição? Creio que essa é a pergunta que tem de se fazer a António Costa”, atirou.

Pedro Filipe Soares disse ainda que não é um voto num orçamento que define a posição do BE, mas sim “o ativismo do dia a dia, a conquista de maioria sociais e a transformação dessas maiorias sociais em maiorias políticas”. “As nossas bandeiras são maioritárias na sociedade. Temos uma maioria social no país e sabemos que o podemos conquistar e é disso que eles têm medo”, frisou.