O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, falou sobre os apoios à restauração e admitiu que apesar do esforço do Governo por criar apoios, “não vamos repor a faturação que o setor não teve”, esta quarta-feira, 11 de novembro, em declarações proferidas na página do Partido Socialista (PS) no Twitter esta quarta-feira, dia 11 de novembro.
Quando questionado sobre os apoios para a restauração que remetem para os dois fins de semana com recolher obrigatório, Siza Vieira referiu que o Governo sabe “qual é a faturação do setor no fim de semana e podemos majorar o apoios em função destas medidas”. No entanto, admite: “Não vou enganar ninguém, não vamos repor a faturação que o setor não teve”.
“É tentar compensar os custos fixos e encontrar uma mecânica que seja rápida, que possa ser rapidamente tida no terreno e que reconheça aqui uma situação especifica”, explicou o governante.
Siza Vieira recorda que “na restauração a quebra foi de 70%, portanto significa que há setores da nossa economia que estão a ser especialmente penalizados” e mencionou que “estes apoios que nós estamos a fazer [para a restauração], quando temos uma quebra de faturação nestes nove meses, de cerca de mil e tal milhões de euros, para a restauração estamos a fazer uma coisa que é cerca de 20% desta quebra”.
“Não quero ignorar, a situação é dramática”
“É um apoio que vamos desenvolver, mas não será o único. Continuaremos a avaliar a situação e a tentar preservar, mas não tenho duvidas que não vamos chegar a todos e que vão haver situações muito difíceis num conjunto vasto de setores”, assumiu Siza Vieira.
“Nos primeiros nove meses deste ano, o volume de negócios da restauração, declarado o sistema em fatura, anda à volta dos 4 mil e 400 milhões de euros. No ano passado eram mais de 6 mil milhões de euros. A quebra da procura é de tal ordem que obviamente não pode ser a resposta pública que compensa isso”, disse o ministro da Economia reforçando que “este setor vai ter mesmo uma grande dificuldade”.
Quanto ao número de empresas nesta área a fechar, que segundo AHRESP é de 41%, o governante frisou que “esse mesmo inquérito em julho dizia que 43% das empresas dizia que na ausência de apoios suplementares iria ter de fechar ou ter de apresentar insolvência”. “A percentagem está mais ou menos estável, o que significa resiliência das empresas deste setor e significa também alguma eficácia dos apoios”.
“Não quero ignorar, a situação é dramática”, assegurou Siza Vieira revelando ter conhecimento de “vários empresários do setor da restauração que já estão a usar as suas economias pessoais para aguentar a sua empresa”.
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