O petróleo deverá manter a sua recuperação até atingir os 80 dólares (65,51 euros) por barril no último trimestre deste ano, antecipa a Goldman Sachs, que considera que o cenário de evolução do ouro negro está subavaliado, mesmo contando com a mais que provável retoma da produção iraniana.
O banco norte-americano antecipa que a recuperação da procura mundial vá ser mais forte do que a generalidade dos analistas prevê, justificando a expectativa com um programa de vacinação ágil e eficiente que resultará numa retoma económica global mais forte do que inicialmente previsto.
“A expectativa de subida dos preços do petróleo permanece intacta, dado o grande aumento da procura assente na vacinação e a oferta inelástica do bem”, lê-se numa nota da Goldman Sachs, citada pela agência Reuters. “A mobilidade nos EUA e na Europa está a acelerar rapidamente, com o aumento da vacinação, o fim dos confinamentos e a retoma da atividade industrial e de carga”, continua.
O departamento de análise financeira do banco antecipa um aumento da procura de 4,6 milhões de barris por dia, em média, até ao final do ano, com grande parte do aumento a ocorrer nos próximos três meses.
Simultaneamente, a preocupação dos mercados com a retoma da produção iraniana foi de pouca duração, dada a expectativa de que não surjam novidades de maior relativamente ao acordo nuclear para o país. O Irão tem estado sob sanções internacionais que limitam a capacidade do gigante persa de produzir e exportar este bem.
Por outro lado, quaisquer tentativas de aumento da produção vindas de Teerão serão compensadas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), antecipa a nota do banco, que tem colocado em prática cortes planeados do output de forma a impulsionar o preço do barril, depois deste ter chegado a valores negativos há pouco mais de um ano. Assim, o aumento decorrente da estratégia iraniana seria compensado pelo resto do cartel, contendo os efeitos no mercado global.
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