O deputado social-democrata Duarte Marques acusou esta sexta-feira o Partido Socialista (PS) de negociar com o Chega quando é “preciso”, apesar de ter dito que jamais faria acordos com o partido de André Ventura e apontar o dedo ao Partido Social Democrata (PSD) pelo acordo nos Açores.
Numa publicação no Twitter, o deputado do PSD partilhou uma imagem captada pelas câmaras de SIC, onde se pode ver o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e o vice-presidente da bancada parlamentar do PS João Paulo Correia à conversa com o deputado único e presidente do Chega, André Ventura, durante as discussões do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Como legenda, o deputado escreveu: “Não se negoceia com o Chega. Não pode haver qualquer tipo de acordo com o Chega. A não ser que seja preciso”. O líder do PSD, Rui Rio, reagiu à publicação com um emoji.
Não se negoceia com o Chega. Não pode haver qualquer tipo de acordo com o Chega. A não ser que seja preciso. https://t.co/BFr3cOUtFg
— Duarte Marques (@DuarteMarques) November 27, 2020
O episódio terá acontecido durante uma das interrupções pedidas pelo Governo e PS esta quinta-feira, quando o plenário se preparava para votar a proposta do Bloco de Esquerda para travar a transferência de 476 milhões de euros do Fundo de Resolução para Novo Banco. A medida tinha sido aprovada no dia anterior, mas o PS decidiu trazer novamente a proposta a plenário para que fosse novamente votada.
Depois de várias reviravoltas nas votações (com destaque para o votos dos deputados da Madeira, que inicialmente votaram contra, mas depois seguiram a disciplina de voto do PSD e votaram a favor), o travão a novas transferências para o Novo Banco acabou por ser aprovado, com os votos a favor do PSD, Bloco de Esquerda, PCP, PEV, Chega e a deputada não-inscrita Joacine Katar Moreira.
As alegadas “negociações” do PS e do Governo com o Chega, como sugere Duarte Marques, acabaram por levar o Chega a juntar-se ao grupo de partidos e deputados que votaram favoravelmente a medida. No entanto, inicialmente, André Ventura tinha votado contra a proposta do Bloco de Esquerda para travar a transferência de 476 milhões do Fundo de Resolução para Novo Banco. Numa segunda votação, absteve-se e só depois votou a favor.
Os zingue-zagues na votação do Chega ao travão de uma nova injeção de capital no Novo Banco foram apanhados pelo líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, que, no Twitter, veio acusar André Ventura de “oportunismo parlamentar” e de fazer “a tripla de quem não tem espinha dorsal, não quer afrontar os poderes do sistema financeiro e não quer ficar fora de nenhuma fotografia que ache apetecível”.
André Ventura fez a tripla de quem não tem espinha dorsal, não quer afrontar os poderes do sistema financeiro e não quer ficar fora de nenhuma fotografia que ache apetecível
— Pedro Filipe Soares (@PedroFgSoares) November 26, 2020
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