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António Horta Osório vai ser Chairman do Credit Suisse

Horta Osório será eleito Presidente do Conselho de Administração do Credit Suisse em maio. O banco está presente em Portugal. A nomeação será rápida, já que sendo um banco suíço não precisa de passar pela morosa avaliação do BCE.
1 Dezembro 2020, 08h54

António Horta Osório vai ser o próximo Chairman do Credit Suisse.

O banqueiro português com carreira internacional já tem um novo cargo assegurado no banco com sede em Zurique.

A nomeação como Chairman (Presidente não executivo) do Credit Suisse surge na sequência do anúncio feito em junho, de saída do Lloyds Banking Group onde, como CEO, pôs o banco, que foi nacionalizado parcialmente na sequência de ter sido vítima da crise do subprime, a regressar à esfera privada.

Tendo a transição assegurada, Horta Osório ruma ao banco sediado em Zurique em maio do próximo ano.

Após 28 anos a desempenhar funções executivas como CEO, primeiro no Santander e depois no Lloyds, Horta Osório será, a partir de maio, Chairman do Credit Suisse onde terá funções não executivas, em full time.

A partir de 1 de maio, e após ser eleito na Assembleia Geral do banco a 30 de abril de 2021, assume a liderança do Conselho de Administração do Credit Suisse, sendo o primeiro não suíço a ocupar essa posição. O Credit Suisse está presente em mais de 50 países em todo o mundo, incluindo Portugal.

O Conselho de Administração do Credit Suisse é responsável pela direção geral, supervisão e controle do Credit Suisse Group AG.

Os membros do CA e o seu Presidente estão sujeitos a eleição individual pela Assembleia Geral e são nomeados em cada caso para um mandato de um ano. “A reeleição é possível e desejada para fomentar o desenvolvimento de conhecimentos específicos do negócio e permitir ao CA desafiar de forma adequada a gestão”, refere o comunicado do banqueiro português que em Portugal liderou o Banco Santander Portugal quando o Banco espanhol comprou o então Banco Totta & Açores e o Crédito Predial Português a António Champalimaud.

Sendo um banco suíço não tem de passar pelos morosos processos de Fit & Proper do Banco Central Europeu.

A saída efetiva do Lloyds acontece depois de completar o terceiro plano estratégico desenhado para o maior banco de retalho britânico para o período 2018-2020, cujo anúncio dos resultados ao mercado coincidirá com o completar de um período de 10 anos à frente do banco.

Horta Osório assumiu o leme do Lloyds em março  de 2011, a convite do Governo Inglês e do ministro das Finanças George Osborne, para liderar o turnaround do Banco na sequência da aquisição pelo Lloyds do HBOS, e que acarretou a entrada do Estado no capital do Banco com 39% do capital. Em 2017, regressou à esfera privada, com lucro para o Estado britânico.

Atualmente o Lloyds já é o maior banco digital do Reino Unido com mais de 16 milhões de clientes digitais e o único com uma plataforma integrada de produtos financeiros incluindo produtos bancários e de seguros, e tem a maior base acionista do país com mais de 2,4 milhões de acionistas.

Ao longo dos próximos 5 meses, António Horta Osório vai concluir no Lloyds a implementação do plano estratégico apresentado em 2018, “continuar a liderar a resposta do banco aos enormes desafios colocados pelas consequências económicas da pandemia e assegurar a transição da liderança para o seu sucessor de uma forma tranquila e organizada”, refere em comunicado.

Com responsabilidade pela direção geral, supervisão e controle do Credit Suisse, o órgão que vai ser liderado por Horta Osório avalia regularmente a posição competitiva do Grupo e aprova os seus planos estratégicos e financeiros.

Em termos de Gestão de Risco, o Conselho de Administração revê e avalia, em particular, a adequação da gestão de riscos de estratégia.

O CA recebe em reuniões regulares um relatório de status sobre os resultados financeiros do Grupo, além de pacotes de informações de gestão, que fornecem detalhes sobre o desempenho e a situação financeira do Grupo, bem como relatórios de risco.

O CA é também responsável por nomear ou demitir o CEO e os membros do Executive Board, revê e aprova mudanças significativas na estrutura e organização do Grupo e está ativamente envolvido em aquisições e alienações estrategicamente importantes, planos e projetos de investimento estrategicamente relevantes.

Em comunicado, António Horta Osório, diz-se “muito satisfeito por ser proposto para Presidente do Conselho de Administração do Grupo Credit Suisse” e “e muito motivado para continuar a desenvolver os muitos pontos fortes do grupo, em estreita colaboração com o Conselho de Administração e a equipa de gestão. Este é um momento de grandes oportunidades para o Grupo Credit Suisse, para os seus colaboradores, clientes e acionistas”.

Já Urs Rohner, atual Chairman do Credit Suisse Group, diz estar “extremamente satisfeito por podermos propor um profissional altamente reconhecido e com provas dadas na banca internacional como meu sucessor”.

“Estou convencido de que, sujeito à eleição na próxima Assembleia Geral Anual, e graças ao seu impressionante historial de realizações, António Horta-Osório vai dar um enorme contributo para o sucesso futuro do nosso banco como líder global na gestão de patrimónios com fortes capacidades na banca de investimento”, conclui Urs Rohner, atual Chairman do Credit Suisse, a propósito deste anúncio.

 

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