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Sindicatos alertam: milhares de trabalhadores de agências de viagens “estão a perder ou na iminência de perderem o emprego”

Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) manifesta a sua preocupação pela situação que se vive no sector das agências de viagens. E reclama que as medidas do governo sejam também canalizadas para salvaguardar o emprego e os rendimentos dos trabalhadores de agências de viagens.
4 Dezembro 2020, 18h00

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) manifesta a sua preocupação pela situação que se vive no sector das agências de viagens, tendo em conta, alerta, que “são milhares de trabalhadores que estão a perder ou na iminência de perderem o emprego e a verem reduzidos os seus rendimentos”. Os sindicatos reclamam as medidas do governo sejam aplicadas em todo o sector e sejam também canalizadas para salvaguardar o emprego e os rendimentos dos trabalhadores.

“Não escamoteamos a realidade concreta do sector, em que proliferam pequenas empresas em que os donos/trabalhadores das mesmas, também atravessam enormes incertezas quanto ao futuro, não lhes bastando os apoios negociados entre a Confederação do Turismo de que a APAVT faz parte e o governo, boa parte destes são canalizados para as grandes empresas do sector, que antes defendiam que era preciso menos Estado, mas que agora não param de reclamar grandes apoios do (menos) Estado”, alertam o Sindicato dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagens, Transitários e Pesca (SIMAMEVIP) e a FECTRANS.

O SIMAMEVIP/FECTRANS entende que as soluções do sector” não podem passar por exigir mais sacrifícios aos trabalhadores, nomeadamente com o prolongamento do “lay-off” que tem reduzido os rendimentos de quem trabalha e transferido os custos das empresas para a Segurança Social/Estado”.

Os sindicatos reclamam as medidas do governo sejam aplicadas em todo o sector e sejam também canalizadas para salvaguardar o emprego e os rendimentos dos trabalhadores.

“Este é um sector que gerou enormes lucros nos últimos anos, afirmam que contribuíram com 15% para o PIB em 2019, mas infelizmente os trabalhadores do sector não tiveram esse crescimento nos salários, mesmo em qualquer processo de negociação, o que se invocavam eram dificuldades”, acrescentam o SIMAMEVIP/FECTRANS.

Com a pandemia deixou aviões em terra um por todo o mundo, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APVT) já sinalizou um “impacto absolutamente devastador” nas agências de viagens.

Para fazer face a este impacto, o Executivo lançou um conjunto de medidas com o intuito de assegurar liquidez às empresas e para proteger o emprego, como é o caso do lay-off simplificado, que, a partir de agosto foi substituído pelo apoio à retoma progressiva. Em termos gerais, Pedro Costa Ferreira considerou, no verão, “globalmente positivo” as medidas tomadas, mas sinalizou estar “globalmente apreensivo”.

Em setembro, o organismo de estatísticas da União Europeia revelou dados que evidenciam que o sector das agências de viagens e operadores turísticos foi o mais penalizado pelas quebras de atividade provocadas pela pandemia de covid-19 e está a ser o que enfrenta mais dificuldade para recuperar.

A informação do Eurostat indica que o volume de negócios do sector do turismo teve uma quebra, entre fevereiro, quando o coronavírus SARS-Cov-2 chegou à Europa, e junho que foi 4,5 vezes mais forte que a quebra média do sector dos serviços, e que a área que mais sofreu foi a das agências de viagens e operadores turísticos.

A informação divulgada indica que enquanto a quebra média de atividade dos serviços entre fevereiro e junho foi de 16,4%, no sector do turismo atingiu 75% e nas agências de viagens e operadores turísticos superou mesmo os 80%, atingindo 83,6%.

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