A candidata presidencial Marisa Matias apontou que a Zona Franca da Madeira “é um exemplo porque é que não devem existir offshores” esta segunda-feira, 7 de dezembro.
“Em primeiro lugar integrei uma comissão de inquéritos que tive no parlamento europeu em que não é por acaso que a Madeira estava ao mesmo nível de outros offshores”, frisou Marisa Matias garantindo que “o que a comissão europeia agora veio tornar público não é nada que para mim seja grande surpresa e desse ponto de vista acho que é um exemplo porque não devem existir offshores”.
Quando questionada pelo jornalista da TVI sobre o motivo da existência das offshores, a eurodeputada do Bloco de Esquerda disse não compreender e destacou que “o facto de existir uma off shore na madeira, faz aumentar de forma exponencial o PIB da região e retira à madeira a possibilidade de receber fundos comunitários que receberia”.
Marisa Matias explicou ainda que a Zona Franca da Madeira segue “a lógica dos offshores, é a logica da proteção , é a lógica de esconder , de permitir que muitas empresas, normalmente as grandes, fujam às suas obrigações de pagar os seus impostos e que possam esconder o seu dinheiro nestes paraísos, mas não servem a mais ninguém a não ser a esta meia dúzia de pessoas que controlam muita riqueza”.
Na sexta-feira, a Comissão Europeia concluiu que o regime da Zona Franca da Madeira desrespeitou as regras de ajudas estatais, uma vez que incluiu empresas que não contribuíram para o desenvolvimento da região. A decisão motivou várias reações da classe política, mas da parte do BE, o partido tornou pública a sua intensão de ouvir com carácter de urgência no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, devido à decisão da Comissão Europeia sobre a Zona Franca da Madeira.
Por sua vez, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, discorda do relatório da Comissão Europeia. O governante sublinhou que a Zona Franca é essencial para desenvolver a Madeira e garantiu que a região tem “prestado todos os esclarecimentos” às instâncias europeias.
A Zona Franca da Madeira tem dado que falar e além do relatório da Comissão Europeia, o Jornal Económico apurou que o líder do PSD, Rui Rio usou zona franca para obrigar PSD Madeira a recuar no Novo Banco nas votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2021.
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