O ministro das Finanças, Mário Centeno, está disposto a deixar o cargo caso se venha a comprovar o seu envolvimento em crimes de recebimento indevido de vantagem, noticia o jornal “Correio da Manhã”. O governante estará a ser investigado pelas autoridades pela atribuição de isenção de IMI a um prédio da família do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.
Segundo o jornal, Mário Centeno já falou com o primeiro-ministro, António Costa, sobre a possibilidade de vir a colocar o seu lugar à disposição caso o Ministério Público o venha a constituir arguido. As buscas da 9ª seção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa ao Ministério das Finanças na passada sexta-feira foram motivadas pela alegada prática do crime de recebimento indevido de vantagem.
O Ministério Público suspeita que Mário Centeno tenha beneficiado o presidente do Benfica com a atribuição de isenção de IMI a um prédio da sua família, uma semana depois de ter pedido para assistir a um jogo na tribunal presidencial. Embora o Governo negue a relação causal, as autoridades estão a averiguar a possibilidade.
Trata-se do mesmo tipo de crime pelo qual foram constituídos arguidos os ex-secretários de Estado dos Assuntos Fiscais (Fernando Rocha Andrade), da Indústria (João Vasconcelos) e da Internacionalização (Jorge Oliveira), por terem aceitado o convite da Galp Energia para assistirem a um jogo da seleção durante o Campeonato Europeu de 2016.
Questionado sobre o caso, o Ministério das Finanças não quis prestar declarações.
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