A Iniciativa Liberal reforçou as críticas do Presidente da República à forma como se processou a presença dos adeptos ingleses que vieram à final da Liga dos Campeões disputada na noite de sábado no Porto, dizendo que “a bolha prometida pela ministra Mariana Vieira da Silva rebentou, estilhaçando mais uma vez de forma irremediável a credibilidade do Governo”.
Horas depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que “não é possível dizer que os adeptos vêm em bolha e depois não vêm em bolha”, constatando a diferença entre a prometida restrição de movimentos dos apoiantes do Chelsea e do Manchester City que se deslocaram a Portugal – para presenciar o jogo no Estádio do Dragão que terminou com uma vitória por 1-0 da primeira dessas equipas na principal competição da UEFA – e as concentrações e confrontos ocorridos nas ruas do Porto, a Iniciativa Liberal recordou que a ministra da Presidência anunciara a 13 de maio que os adeptos se deslocariam com “ida e volta no mesmo dia e teste feito” e ficariam “em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com deslocações para uma zona de espera” antes de seguirem para o estádio e regressarem imediatamente após o fim do jogo.
Realçando que a UEFA esclareceu poucos dias depois que não existia qualquer obrigatoriedade de os apoiantes dos dois clubes ingleses viajarem em regime de bolha, a Iniciativa Liberal acusa Mariana Vieira da Silva se ter limitado a fazer uma mera “manobra de diversão” destinada a “tentar esconder que as restrições que continuam a ser aplicadas aos portugueses em nome da saúde pública estão afinal fundamentadas na mais absoluta arbitrariedade”.
“Não é sobretudo admissível que a generalidade dos portugueses continue sujeita a uma bolha de limitações, proibições e imposições arbitrárias que se levantam depois, de acordo com o capricho do Governo, para situações em tudo idênticas”, contesta o partido, tendo em conta que o Governo recuou na intenção de permitir a presença de público nas duas últimas jornadas da Liga NOS e a exceção para a final da Liga dos Campeões ocorreu quando vigoravam limitações como o encerramento compulsivo de atividades económicas, limitações de horários, obrigatoriedade de uso de máscara no acesso às praias e proibição de público em estádios e pavilhões.
“Na verdade, sempre em nome da saúde pública, o Governo avança e recua conforme os dias, permite a uns o que proíbe aos outros, limita discricionariamente, autoriza e desautoriza ao sabor das circunstâncias, num sinal claro de desnorte e de absoluta falta de critério, enquanto atropela sem justificação direitos, liberdades e garantias”, conclui a Iniciativa Liberal.
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