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Pobreza e a desigualdade aumentaram no primeiro ano de pandemia (com áudio)

Segundo a PORDATA “em 2020, primeiro ano da pandemia, o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social aumentou 12,5%, algo que não acontecia desde 2014”.
17 Outubro 2022, 08h04

Um estudo da PORDATA para a Fundação Francisco Manuel dos Santos revelou, esta segunda-feira, que a pobreza e a desigualdade aumentaram no primeiro ano de pandemia.

Assim, segundo a PORDATA “em 2020, primeiro ano da pandemia, o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social aumentou 12,5%, algo que não acontecia desde 2014”. Outros indicadores de pobreza como a taxa de risco de pobreza (antes e após transferências sociais) e a desigualdade entre os rendimentos dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobre também aumentaram.

Em 2020, o valor abaixo pelo qual alguém é considerado pobre em Portugal situava-se, em 2020, nos 6.653 euros anuais, o que equivale a 554 euros mensais, ao longo de 12 meses.

Em comparação com outros países da União Europeia, entre 2019 e 2020, a PORDATA indica que “Portugal piorou a sua posição, no que respeita à pobreza, em três indicadores-chave: a percentagem de população em risco de pobreza ou exclusão social, a taxa de risco de pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento”.

Quanto a quem mais afeta a pobreza, em 2020, os agregados com crianças dependentes, os menores de 18 anos e os desempregados foram os mais afetados. Já na transição de 2019 para 2020 a pandemia prejudicou mais os: Outros agregados com crianças dependentes (mais 9 pontos percentuais ), agregados compostos por um adulto e pelo menos uma criança dependente (mais 5 p.p.), agregados com dois adultos em que pelo menos um tem 65 ou mais anos (mais 3,5 p.p.) e pessoas com 65 anos ou mais (mais 2.6 p.p.).

Além disso, aumentou igualmente, pela primeira vez desde 2015, o número de agregados familiares no escalão mínimo de IRS, até 5.000 euros anuais, o equivalente a 416 euros mensais). Neste aspeto a PORDATA diz que “em 2020 eram mais 58 mil famílias do que em 2019, mais 8,6% face a 2019”.

No que diz respeito ao desemprego, o estudo revela que “desde 2014 que o número médio anual de desempregados inscritos nos centros de emprego e de formação profissional estava numa rota descendente”. No entanto, em 2020, essa tendência mudou e o número de inscritos aumentou 22,5% em comparação a 2019.

A PORDATA também aponta que em 2020, “Portugal foi o 2º país, dos 27 da União Europeia, com mais pessoas a viver em alojamentos com más condições (25%)”.

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