A Jerónimo Martins reportou um lucro consolidado de 419 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que traduz uma subida de 29,3% face ao período homólogo do ano anterior. Só no terceiro trimestre, os lucros da retalhista somaram 157 milhões (mais 14,4% do que o registado no terceiro trimestre de 2021).
As vendas e prestação de serviços no acumulado dos nove meses totaliza 18.392 milhões de euros, crescendo 21%, com a margem a somar 3.887 milhões de euros (18,2%). Os custos da empresa liderada pela família Soares dos Santos cresceram para 2.540 milhões num ano (18,4%).
O EBITA na demonstração de resultados consolidada, totaliza 1.348 milhões de euros, o que traduz uma subida de 17,8% nos nove meses. O cash-flow reportado é de 275 milhões. Entre julho e setembro, o EBITDA fixou-se em 496 milhões.
No balanço o destaque vai para o capital investido que totalizou 4.058 milhões de euros. A dívida líquida do Grupo Jerónimo Martins soma 1.664 milhões de euros.
Em comunicado, o grupo realça que “a subida generalizada de preços num contexto de crise alimentar e energética continuou a marcar a conjuntura a nível internacional e também nos três países onde estamos presentes”.
O grupo que tem o Pingo Doce em Portugal e a Biedronka na Polónia, destacou que “conscientes da pressão da inflação sobre o custo de vida das famílias, todas as insígnias do Grupo reforçaram as dinâmicas comerciais e absorveram parte dos aumentos registados nos preços de compra aos fornecedores, investindo na criação de oportunidades de poupança para os seus clientes e no reforço da competitividade. Esta estratégia permitiu um sólido crescimento das vendas e, consequentemente, a proteção da rentabilidade”.
Em Portugal, “num contexto crescentemente difícil para as famílias, o Pingo Doce manteve a sua assertividade promocional e cresceu as vendas em 10,3% até setembro (+13,4% no terceiro trimestre)”.
Já “o Recheio focou-se em tirar o máximo partido da retoma do turismo e fechou o período com um crescimento de 28,8% das vendas nos nove meses (+28,6% no terceiro trimestre).
Na Biedronka há a destacar um crescimento das vendas, em moeda local, de 23,0% no período dos nove meses (+26,4% no terceiro trimestre).
Também na Polónia, a lojas da cadeia Hebe “mantiveram um forte ritmo de recuperação relativamente ao impacto da pandemia no desempenho dos anos anteriores, com as vendas totais a crescerem 33,6% em moeda local nos nove meses (+31,6% no 3º trimestre). Sendo que as vendas online representaram cerca 14% do total.
“Na Colômbia, onde a elevada inflação alimentar – que se mantém acima dos 20% – tem impactado significativamente o consumo, “a Ara investiu consistentemente em preço para responder com assertividade à necessidade clara das famílias de ter acesso a oportunidades de valor. Em resultado, as vendas aumentaram 66,2% em moeda local (+60,0% no 3º trimestre). Face ao forte crescimento das vendas, a Ara decidiu acelerar o plano de aberturas para o corrente ano de 180 para 230-250 lojas”, revela o grupo em comunicado.
O grupo liderado por Pedro Soares dos Santos revela que “a prioridade dada por todas as insígnias ao crescimento de volumes permitiu ao Grupo aumentar o EBITDA em 17,8%, com a respetiva margem a fixar-se em 7,3%, o que compara com 7,5% nos nove meses de 2021”.
No terceiro trimestre a margem EBITDA foi de 7,6%, o que representa uma redução face aos 8,1% registados no 3º trimestre do ano anterior, que reflete a decisão de investir em preço e a aceleração da inflação ao nível dos custos.
A Jerónimo Martins destaca ainda que “em circunstâncias marcadas por uma elevada incerteza, assume especial relevância a solidez do Balanço do Grupo, que, no final de setembro, se traduzia numa posição líquida de caixa (excluindo responsabilidades com locações operacionais capitalizadas) de 763 milhões de euros”.
O presidente da JM deixa uma mensagem no comunicado onde destaca que “com as acentuadas subidas dos preços dos alimentos e da energia a asfixiarem o poder de compra das famílias, tomámos a decisão, transversal a todas as companhias do Grupo, de trabalhar para conter na medida do possível a subida dos preços nas prateleiras das nossas lojas, admitindo pressão adicional sobre as margens”.
Pelo que “os resultados destes nove meses de atividade espelham essa opção e a agilidade e assertividade demonstradas pelas nossas insígnias, que fecham o período com posições de mercado reforçadas e tráfego intenso nas lojas”, diz Pedro Soares dos Santos.
Na Polónia, onde acresce especificamente a pressão da intensificação da guerra no país vizinho, “procurámos reconhecer a eficácia e produtividade das nossas equipas operacionais com um prémio extraordinário que ascendeu, em euros, a 22 milhões”, acrescenta o presidente do grupo.
O Grupo Jerónimo Martins promete continuar o esforço de contenção dos preços de venda, “num contexto em que a inflação ao nível dos custos continuará a aumentar a pressão sobre as margens percentuais das nossas insígnias”.
Números da Biedronka na Polónia
Nos primeiros nove meses do ano, as vendas, em moeda local, cresceram 23,0%, com um like-for-like (LFL) de 19,5%. Em euros, as vendas atingiram 12,7 mil milhões, 19,7% acima dos nove meses de 2021. O desempenho registado no período reflete também a inflação registada no cabaz, refere o grupo.
No terceiro trimestre as vendas em moeda local aumentaram 26,4%, com o LFL (vendas expurgando a abertura de novas lojas) a cifrar-se nos 23,3%. Em euros, as vendas atingiram 4,4 mil milhões, 21,6% acima do 3º trimestre de 2021. O desempenho das vendas levou o EBITDA da Biedronka a subir 15,1% (+18,3% em moeda local), com a respetiva margem a cifrar-se em 8,8% (9,1% no período homólogo do ano anterior).
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