“2025 será desafiante para o setor da saúde”, diz ministra

O próximo ano “será desafiante” para o setor da saúde, afirmou a ministra da Saúde esta terça-feira, no Parlamento, apontando para “maior orçamento” que o setor já conheceu –  mais de 16,8 mil milhões de euros -, que obedece a três prioridades: fortalecer o Serviço Nacional de Saúde (SNS), reformar e desburocratizar o SNS e acelerar a execução do PRR.

Segundo Ana Paula Martins, a proposta da tutela materializa-se num “reforço significativo no investimento” e na “valorização das carreiras dos profissionais de saúde”. 

“Importa realçar que o ano de 2025 será um ano desafiante para o setor da saúde. A sustentabilidade financeira de um sistema cujo custo é ciclicamente mais elevado é um dos principais desafios de qualquer Estado”, afirmou, sublinhando que o Governo tem de “encontrar novas soluções para problemas antigos e estar desperto para entender os novos desafios dos dias de amanhã”. 

A ministra lista, entre os desafios que o setor encontra, maiores populações, mais envelhecimento, mais desafios tecnológicos, profissionais de saúde com diferentes expectativas e com novas exigências, escassez de profissionais, em especial na carreira médica, maior carga da doença, mais expectativas de acesso e maiores exigências.  

“São desafios de anos e que estão presentes em muitos países. Por isso, iremos estar mais atentos a soluções já encontradas e experimentadas a nível internacional. O nosso principal desiderato é que todos os portugueses tenham acesso a uma melhor saúde num regime de total equidade, como diz a Constituição”, assumiu.

De acordo com a ministra, até ao final do ano pelo menos 200 mil pessoas da região de Lisboa deverão ter médico de família. “A reorganização das urgências depende muito da medicina de proximidade”, continuou.  

A audição da ministra da Saúde, durante a Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, decorreu no rescaldo do caso do INEM. Ana Paula Martins assumiu “total responsabilidade pelo que correu menos bem” no dia 4 de novembro, que ficou marcado por duas greves no INEM, afastando, contudo, qualquer intenção de apresentar a sua demissão, como foi reclamado por alguns partidos.