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3,9 milhões de consultas e 93 mil cirurgias canceladas. “As pessoas estão a precisar de ajuda agora”, alerta Ordem dos Médicos

A Ordem dos Médicos defende que o Governo deve criar um programa excecional para recuperar os atrasos nas consultas, cirurgias e meios de diagnóstico que ficaram por fazer durante a pandemia da Covid-19.
Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães
18 Julho 2020, 21h22

A Ordem dos Médicos lançou um sério aviso de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de recuperar as consultas e as cirurgias em atraso para que os portugueses não sofram mais com a paragem do SNS devido à pandemia da Covid-19.

Em entrevista à Antena 1/ Jornal de Negócios, o bastonário da Ordem dos Médicos defendeu que é preciso dar “uma resposta adequada às necessidades das pessoas”, num momento em que a pandemia já está a recuar.

“Precisaríamos de ter a decorrer simultaneamente – nos cuidados de saúde primários e nos hospitais – um programa excecional de recuperação de todos os doentes que estão em consultas e em cirurgias. Se não tivermos um programa excecional nunca vamos recuperar aquilo quer perdemos”, avisou Miguel Guimarães.

Em março, abril e maio, registaram-se menos três milhões de consultas nos cuidados primários (uma quebra de 57%), menos 900 mil consultas nos hospitais (menos 38%), menos 900 mil cirurgias, e uma redução de 44% no acesso às urgências, segundo os dados apresentados pela Ordem dos Médicos, a que também é preciso juntar milhares de exames de diagnóstico que ficaram por realizar.

O bastonário apontou que o programa que o Governo está a implementar para acelerar as cirurgias em atraso não é suficiente. “

“Se não formos mais além, e termos verdadeiramente um programa excecional durante três, quatro ou cinco meses, há muitos doentes que vão perder oportunidade de tratamento”, afirmou.

Miguel Guimarães disse que esteve a ler o documento preparado por António Costa e Silva, o gestor convidado pelo Governo para preparar um plano económico para os próximos anos, que contém uma parte sobre a saúde, mas aponta que é preciso agir agora.

“Estive a ler o documento de António Costa e Silva e estive a ler a parte da saúde e as coisas estão muito bonitas, mas as pessoas querem resposta hoje, estão a precisar de ajuda agora”, avisou.

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