“A Inteligência Artificial é uma oportunidade histórica para modernizar o Estado”, defende ministra

A ministra da Juventude e da Modernização, Margarida Balseiro Lopes, defendeu esta terça-feira que a Inteligência Artificial (IA) não é uma mera atualização tecnológica, indo muito além disso: é “oportunidade histórica para modernizar o Estado, tornar os serviços públicos mais ágeis, mais eficientes e mais próximos das pessoas”.

No arranque da AI Summit 2025, conferência organizada pelo Jornal Económico em parceria com a Askblue e a PwC, a governante assinalou que a esta tecnologia já faz parte do nosso dia a dia, em vários domínios quer da esfera privada quer da esfera pública mas que é preciso que esta não seja apenas uma ferramenta de alguns mas sim uma “oportunidade para todos”.

Margarida Balseiro Lopes começou por desmistificar a ideia de que a Inteligência Artificial pertence ao futuro. “Quantas vezes ouvimos dizer que a IA vai mudar o mundo, como se fosse uma promessa guardada num laboratório à espera do seu momento. Isso não corresponde à verdade. A IA já chegou e faz parte do nosso dia a dia.”

A IA, continuou a ministra, “está a moldar a forma como trabalhamos, como aprendemos e é utilizada para organizar grandes volumes de informação, apoiar decisões complexas e personalizar experiências digitais”. Está, por exemplo, “nos motores de busca que usamos para encontrar respostas, nos algoritmos que nos sugerem filmes, livros e notícias, nos modelos que apoiam o diagnósticos médicos, nos sistemas que ajudam a otimizar o trânsito e nas ferramentas que tornam os serviços públicos mais eficientes”. Assim, “insistir na ideia que a IA é uma ferramenta do futuro é ignorar o que já está a acontecer à nossa volta”, afirmou Balseiro Lopes.

Constatando que a IA “já está a transformar profundamente a nossa sociedade”, a “melhor a eficiência da Administração Pública”, a “aumentar a produtividade” e a “gerar valor em múltiplos setores de atividade”, a ministra da Juventude mencionou os estudos que sugerem “o potencial transformador da IA no crescimento da nossa economia”.

Um deles, apontou, “estima que num horizonte a 10 anos, a adoção alargada de IA poderá traduzir-se num aumento anual do nosso PIB em até 8%”. Um potencial que depende “das escolhas que fizermos hoje” uma vez que cai para 2% se existir um atraso de cinco anos na implementação generalizada desta tecnologia.

“É este o desafio que temos pela frente. A IA traz riscos, como qualquer tecnologia disruptiva, mas também abre uma janela de oportunidades que não podemos fechar”, reconheceu Balseiro Lopes, aproveitando para desmontar um segundo mito. “A ideia de que Portugal, pela sua dimensão, ou escala, não tem condições para acompanhar os avanços nesta área. Não é verdade. Portugal não só tem condições como já tem dado passos concretos na integração da IA em diversos setores.” Aqui a ministra usou como exemplos as conquistas alcançadas pela sua tutela no último ano, como é o caso do site Gov.pt, o portal único dos serviços digitais que já integra uma assistente virtual baseada em IA capaz de responder em 12 línguas sobre mais e 2.300 serviços digitais, garantindo um acesso amplo e inclusivo a informação.”

Em cerca de dois meses, até ao final do mês de fevereiro, revelou a ministra, esta assistente realizou mais de 30 mil conversas, de acordo com a ministra.

A IA está já presente também nas instituições de Ensino Superior, para tornar os processos “mais rápidos, simples e transparentes” e no setor da Saúde, onde há “muitos exemplos claros” desta inovação. Margarida Balseiro Lopes destacou dois exemplos: A Unidade de Saúde Local (ULS) de Coimbra, que está a usar uma ferramenta de transcrição de voz nas consultas de medicina familiar, e o IPO de Coimbra que está a testar um sistema inteligente para análise de imagens da pele com o objetivo de detetar mais precocemente casos de melanoma.

No entender da ministra, “estes exemplos refletem um ecossistema nacional vivo, que experimenta, aprenda e evolui”.

Acompanhe aqui em direto a AI Summit 2025.