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ACAP: “Esta é a pior crise no setor automóvel. Em março já caímos 56,6% e em abril e maio, como será?”

As vendas do setor automóvel em março tiveram um dos piores desempenhos de sempre, levando a ACAP a considerar que esta será provavelmente a pior crise de sempre. O secretário geral, Hélder Pedro, questiona-se como serão as vendas de automóveis nos meses de abril e maio e como poderá ser feito o relançamento da atividade.
1 Abril 2020, 16h03

“O setor automóvel em Portugal está ser devastado com esta crise da Covid-19, que é mesmo a pior, até comparando que com a crise de 2009 – quando a quebra de vendas foi da ordem dos 49% a 50% – porque agora, em muito pouco tempo, somos confrontados com uma quebra homóloga de vendas no nosso mercado total, em março, da ordem dos 56,6%, mas com o segmento dos veículos ligeiros de passageiros a registar uma redução homóloga de 57,5%, e isto aconteceu num mês em que até havia muitas encomendas feitas no mês anterior”, referiu ao Jornal Económico o secretário geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro. “E agora? Como será a atividade do sector este mês de abril e no próximo de maio?” questiona.

“Com uma rede de concessionários constituída por pequenas e médias empresas, onde predominam as unidades geridas por empresários que passam os seus negócios em família, é difícil manter estas empresas abertas, com poucas ou nenhumas vendas, sem ter apoios específicos que evitem encerramentos”, comenta o secretário geral da ACAP. No imediato, a ACAP considera que o setor precisa de ser apoiado nos tempos mais complicados em que não houver atividade comercial, durante “os meses em que o sector inevitavelmente não vai conseguir concretizar vendas de veículos”, refere.

Contudo, os problemas, segundo a ACAP, não se limitam a esse período de estagnação do mercado, que previsivelmente coincidirá com os meses de abril e maio. “É preciso tratar já do relançamento da atividade, promovendo estímulos para que as redes de concessionários consigam concretizar vendas na altura em que o mercado tiver condições para retomar a atividade”, refere Hèlder Pedro.

“É preciso promover as retomas de veículos e incentivar os abates em fim de vida, porque o mercado automóvel não pode estagnar”, refere Hélder Pedro. “A crise de 2009 – que foi bastante violenta no sector -, não se compara a esta, porque agora todos os sectores de atividade são afetados, e nenhum país ficará livre destas consequências”, adianta o responsável da ACAP.

“Ainda é prematuro tentar ter a noção dos efeitos da crise na rede de concessionários, porque tudo dependerá da duração temporal da paragem da atividade económica em Portugal, da eficácia dos apoios que sejam concedidos pelo Governo ao sector e do tipo de estímulos que serão criados para a retoma da atividade mas, também, das consequências internacionais que esta pandemia possa provocar nas marcas e nos fabricantes do sector automóvel”, concluiu Hélder Pedro, referindo que num mercado grande com o francês, “as quebras de vendas já ultrapassam os 70%”.

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