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Acionistas da Oi decidem bónus à administração na próxima sexta-feira

Segundo os jornais brasileiros, a previsão é de uma remuneração de até 33 milhões de reais (6,03 milhões de euros) aos administradores atuais, a depender de metas atingidas, enquanto 7,5 milhões de reais (1,4 milhões de euros) serão pagos em rescisões a ex-gestores, perfazendo 40 milhões de reais (7,3 milhões de euros) no total.
Oi Brasil
8 Maio 2024, 19h07

Os acionistas da Oi decidem na próxima sexta-feira, 10 de maio, em Assembleia Geral de Acionistas, se aceitam a proposta da administração da companhia de remuneração de seus executivos.

O tema da remuneração dos gestores da Oi, considerada “milionária e absurda” pelos pequenos acionistas da empresa de telecomunicações, volta a fazer notícia no Brasil com o aproximar da assembleia geral de acionistas nesta sexta-feira. “A Oi é uma empresa que saltou de uma recuperação judicial para outra, penalizando credores e acionistas com enormes perdas”, diz Nuno Fonseca, um dos lesados pelo Plano de Recuperação Judicial da Oi.

Segundo os jornais brasileiros, a previsão é de uma remuneração de até 33 milhões de reais (6,03 milhões de euros) aos administradores atuais, a depender de metas atingidas, enquanto 7,5 milhões de reais (1,4 milhões de euros) serão pagos em rescisões a ex-gestores, perfazendo 40 milhões de reais (7,3 milhões de euros) no total.

As metas de remuneração dos atuais administradores contemplam o cumprimento integral do plano de recuperação judicial aprovado em abril pelos credores, que prevê a venda de ativos, redução de custos e reorganização societária.

O montante total de 40 milhões de reais – entre pagamentos possíveis a atuais diretores e rescisão a ex-administradores – equivale a 8% do atual valor de mercado da operadora, que tem capitalização bolsista de 505,48 milhões de reais (92,5 milhões de euros), segundo a publicação brasileira Telesintese.

A empresa afirma que o objetivo da nova política de remuneração é “viabilizar atratividade e capacidade de retenção de uma equipe altamente qualificada para a gestão executiva, com o desafio de dirigir a Companhia em um dos processos de transformação empresarial mais relevantes do país, que envolve dentre tantos desafios, a reestruturação da sua dívida junto aos credores”.

Nuno Fonseca, um dos obrigacionistas da ex-PT, refere que “o que os acionistas deveriam propor em alternativa na assembleia, dia 10 de maio, é que qualquer bónus teria que estar indexado à cotação das ações”.

“Ao responderem na assembleia de credores à questão do bónus, colocada pelos meus advogados (Geraldo Fonseca e João Barros da FVA), a Oi afirmou que os bónus são definidos pelas condições de mercado. Então, que assim seja. Se o mercado não reconhece a boa gestão refletindo no valor das ações, então não faz sentido existirem bónus”, defende, em declarações ao JE.

“Aguarda-se também muito em breve a homologação judicial do Plano de Recuperação aprovado pelos credores no dia 19 de abril, e a partir daí inicia-se a escolha das opções de pagamento e outros detalhes que afetarão todos os credores, entre os quais, os obrigacionistas portugueses”, destaca ao Jornal Económico, Nuno Fonseca.

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