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Acionistas desistem da venda do Atlantico Europa ao Well Link por “incumprimentos contratuais”

O processo de aquisição do Banco Atlântico Europa pelos chineses da Well Link Group foi terminado pelos acionistas vendedores, que invocaram incumprimentos contratuais, sabe o Jornal Económico.
6 Setembro 2024, 09h30

Depois de quase cinco anos, o processo de aquisição do Banco Atlântico Europa pelos chineses da Well Link chegou ao fim. Os acionistas angolanos deram por terminado o processo que tinha regressado ao Banco de Portugal depois de a primeira autorização ter caducado, invocando “incumprimentos contratuais”, soube o Jornal Económico.

Ao fim de quase cinco anos de relacionamento com as autoridades supervisoras do sector financeiro – Banco Central Europeu e Banco de Portugal – os interessados em comprar o Atlantico Europa, os chineses de Hong Kong, Well Link Group, não conseguiram cumprir as condições impostas para a aquisição, o que levou os acionistas vendedores a dar por terminado o acordo de compra.

O Banco Atlantico Europa é detido a 100% pelo Atlantico Europa SGPS, que por sua vez é detido em 96,5% pelo Atlantico Financial Group de Angola e em 3,5% por uma sociedade local chamada Nasoluma.

Tal como está estipulado na lei, é o Banco Central Europeu (BCE) quem toma a decisão de compra de participações qualificadas em bancos da zona euro, mas fá-lo não só com base na avaliação da proposta de aquisição, mas também com base no projeto de decisão do Banco de Portugal (BdP).

Em abril deste ano Diogo Cunha, que esteve dez anos na presidência executiva do Banco Atlântico Europa, deixou o cargo de CEO para Nuno Vaz, para o mandato 2023 a 2026, passando a presidente não executivo do Conselho de Administração.

Foi em janeiro de 2020 que o Well Link Group Holdings Limited, sociedade constituída em Hong Kong, formalizou o acordo com os acionistas angolanos do banco português Atlântico Europa para a compra da totalidade do capital da instituição financeira.

A autorização do supervisor bancário para que os chineses do Well Link Group, de Hong Kong, comprassem o Banco Atlântico Europa chegou no segundo semestre de 2022, mas o negócio não se concretizou porque, sabe o Jornal Económico, a proposta dos chineses dependia do fundos obtidos com a venda de ativos que com a conjuntura de crise sofreram uma desvalorização. O grupo Well Link ficou então  à espera da valorização dos mercados, mas entretanto a autorização dada em 2022 pelo supervisor bancário caducou, pelo que teve de ser remetido um novo processo. No entanto, mais uma vez o grupo de Hong Kong não conseguiu concretizar a compra do Atlantico Europa.

Segundo dados publicados no site, o Banco Atlântico Europa, no primeiro semestre de 2024 obteve lucros de cerca de 2,9 milhões de euros. O produto bancário somou 14,1 milhões, dos quais 8,4 milhões é da margem financeira.

O banco português de capitais angolanos fechou o ano de 2023 com um rácio de solvabilidade de 23,52%, e no ano de 2023 teve resultados de 5,5 milhões de euros.

Não foi possível saber se os acionistas mantêm a intenção de vender o banco em Portugal e se vão recomeçar um novo processo competitivo de venda.

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