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Acordo do Brexit dá lucro de mil milhões de dólares aos três homens mais ricos do Reino Unido

O anúncio de chegada a acordo para o Brexit não animou apenas os mercados. Os três homens mais ricos do Reino Unido viram as suas contas bancárias a somar mais mil milhões depois da ‘luz verde’ da União Europeia.
18 Outubro 2019, 16h26

Os homens mais ricos do Reino Unido têm vários motivos para celebrar a chegada de um acordo com a União Europeia. A começar pelas suas contas bancárias.

Jim Ratcliffe, James Dyson e Hugh Grosvenor considerados os três homens mais ricos do Reino Unido, lucraram mil milhões de dólares com os últimos avanços do Brexit. O anúncio de acordo levou à subida do valor da libra e das acções cotadas em bolsa, o que beneficiou as pessoas mais endinheiradas do Reino Unido.

De acordo com o Bloomberg Billionaires Index, só Hugh Grosvenor, de 28 anos e Duque de Westminster, ganhou cerca de 700 milhões de dólares

Jim Ratcliffe, o presidente e director executivo do grupo de produtos químicos Ineos que tem 66 anos, e James Dyson, designer industrial de 72 anos que está ligado ao negócio dos aspiradores, também viram as suas fortunas aumentar. De notar que estes dois milionários são fortes apoiantes do Brexit.

A saída da União Europeia do Reino Unido não está, contudo, ainda consumada, já que Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, tem agora que convencer o Parlamento do seu país para aceitar o acordo alcançado no Conselho Europeu.

O ‘super sábado’

A fase final do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) está dependente do desfecho da sessão extraordinária na Câmara dos Comuns, esta sábado. Há quem diga que será necessário um milagre para convencer toda a oposição a dar ‘luz verde’ ao acordo que Boris Johnson fechou com União Europeia, mas o primeiro-ministro britânico despensa votos de boa sorte e diz estar confiante que o acordo vai ser aprovado.

Tanto os aliados da Irlanda do Norte como os três principais partidos da oposição já se comprometeram em rejeitar o acordo o que dificulta a tarefa do Executivo britânico. Sem maioria na Câmara dos Comuns – fruto da fuga de conservadores para os Liberais-Democratas – Johnson terá, neste momento, o apoio de cerca de 260 deputados, longe dos 318 necessários para aprovar o acordo.

Com o Partido Democrático Unionista (DUP) da Irlanda do Norte decidido a virar as costas à aliança parlamentar formada com o Partido Conservador após as eleições de 2017, é fundamental para o Governo conseguir chamar a si os quase 30 conservadores hard-brexiteers que desconfiavam do backstop e, principalmente, os 21 tories rebeldes que, por decisão do próprio primeiro-ministro, foram expulsos do grupo parlamentar do Partido Conservador por se oporem abertamente a uma saída sem acordo no dia 31 de outubro. Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, e Nicola Sturgeon, dirigente máxima do Partido Nacional Escocês já vieram garantir que vão votar contra o acordo de Johnson na Câmara dos Comuns.

Caso ganhe a votação – uma tarefa quase impossível -, Johnson fica para a história como sendo o líder que finalizou o Brexit, para o bem ou para o mal. Caso falhe, esta será mais uma derrota (ou até humilhação) para o Governo britânico que prometeu uma saída ordeira da UE e recusou um novo pedido de extensão a 31 de outubro, que vem estipulado na Lei de Benn. Seja esse o cenário no fim da sessão parlamentar, o mais certo é que os britânicos serão chamados às urnas para eleger um novo Governo.

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