A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) assinou o acordo entre patrões e Governo à última hora das negociações. Na assinatura do acordo, que está a acontecer esta manhã, o presidente da CIP lembrou que o processo negocial é “um encontro de vontades”, deixando alguns apontamentos ao documento desenvolvido pelo Executivo de Luís Montenegro.
Foi assinado e concluído esta terça-feira o novo acordo de valorização salarial e crescimento económico para 2025-2028 assinado entre Governo, as quatro confederações empresariais e a UGT. A CGTP rejeitou subscrever este acordo.
Apesar da CIP ter assinado o acordo, Armindo Monteiro diz que lhe falta ambição. “Acordo ficou aquém da ambição que a CIP tem para Portugal. Tem ambição, mas claramente está aquém dos objetivos que temos para o país. Na nossa opinião, e naquela que ouvimos dos nossos parceiros, precisávamos de uma ambição mais forte”, destacou o presidente da entidade.
Entre um misto de crítica aos temas que faltam e elogios ao acordo, assinado pela CIP na 25ª hora, Armindo Monteiro elogiou o facto de “pela primeira vez termos uma medida para fazer face à nossa principal dificuldade, a baixa produtividade”. “Pela primeira vez é estabelecido o objetivo de atingir 75% da produtividade média europeia. Este é um desígnio que a todos nos deve mobilizar”, sustentou o líder da CIP.
Outra vontade que “acontece pela primeira vez em 10 anos” é “a vontade de descer o Imposto sobre as Empresas”, o IRC que muita tinta tem feito correr. “Não há nenhuma razão para esta penalização de termos a maior tributação da Europa e continuarmos a penalizar as empresas em Portugal”, anuiu o responsável da confederação.
Armindo Monteiro manteve a mesma linha de pensamento: “Descer o IRC não significa reduzir apenas o Imposto para Empresas. É um sinal que o país dá às empresas para crescerem, serem mais sofisticadas, se internacionalizarem, terem melhores salários e pagarem mais impostos porque ganharam mais”.
Mas o presidente da CIP não se deixou ficar por aqui e sublinhou que “um país que não desce os impostos sobre as suas empresas e um país que acredita que é possível distribuir aquilo que se cria. Não podemos continuar com este milagre português”.
Armindo Monteiro declarou que a CIP não quer mais guerras do que aquelas que existem no mundo, porque não é disso que Portugal precisa. “Perante o risco de instabilidade política”, a CIP evidenciou que “deve ser parte dos consensos e não das divisões”, tendo então assinado o acordo tripartido. “Vamos guardar para outro momento aquilo que nos divide”.
“O Estado tem presença excessiva na economia nacional e para funcionar precisa de um imprescindível instrumento, o Orçamento do Estado”, indicou o responsável dos patrões.
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