Luís Santana (na foto), administrador executivo da Cofina Media, confirmou esta terça-feira, em resposta por escrito ao JE, a notícia avançada em exclusivo pelo “Jornal Económico” a propósito da operação de management buyout (MBO) sobre a totalidade do capital do grupo que detém títulos como o “Correio da Manhã”, CMTV, “Jornal de Negócios”, “Record” e “Sábado”.
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“Eu e um conjunto de quadros da Cofina Media, estamos a preparar um Management Buy Out, que planeamos apresentar oportunamente ao acionista da empresa, com o qual não temos mantido qualquer tipo de negociações”, começou por confirmar este responsável em resposta às questões do JE a propósito desta operação.
Como trunfo, Luís Santana realça que “a equipa tem um conhecimento profundo da Cofina Media, um projeto vencedor, credível e independente” e para este administrador, “a motivação para esta operação passa pelo desenvolvimento do seu modelo de negócio, ao mesmo tempo que se garante a sua independência, pois entendemos que um projeto jornalístico só o é se for independente”.
No entanto, Luís Santana admite que poderão existir algumas dificuldades em torno deste negócio já que alerta que “haverá forças que se movem para prejudicar esta operação, o que não constitui uma surpresa, tendo em conta que, há interesses nas sociedades atuais que se movimentam no sentido de reduzir ou anular os media independentes, corajosos e ao serviço dos leitores e da sociedade”.
No que diz respeito ao investimento, este responsável garante que “o projeto assegurará o necessário financiamento junto, em primeiro lugar dos promotores do MBO, mas também junto das instituições financeiras e de investidores nacionais idóneos e confortáveis com a independência dos media, único garante da credibilidade e do sucesso empresarial da Cofina Media”.
Por fim, Luís Santana deixa a garantia de que pretende manter a “independência” dos meios da Cofina Media e que para isso será assegurada “a sua sustentabilidade” para que este grupo de media não fique “refém de qualquer tipo de interesses, sejam eles de âmbito político, económico, religioso ou desportivo.
Operação com três fontes de financiamento
O MBO será liderado por Luís Santana, administrador executivo da Cofina Media, juntamente com a sua equipa mais próxima, tanto na área editorial como comercial e financeira, sabe o Jornal Económico. A concretizar-se a operação, o grupo de comunicação social passará a ser detido pelos seus principais quadros, num aparente regresso às origens, nomeadamente à fundação do “Correio da Manhã” por Vítor Direito e Carlos Barbosa, em 1979.
A equipa de gestão está a trabalhar no sentido de assegurar o capital e financiamento necessários à elaboração de uma proposta que apresentará à casa-mãe da empresa, a Cofina SGPS, liderada pelo empresário Paulo Fernandes. A operação que está a ser preparada terá três fontes de financiamento: capitais próprios, banca e investidores privados nacionais, sabe o Jornal Económico.
Em 2022, os lucros da Cofina SGPS, proprietária da Cofina Media, mais do que duplicaram para 10,5 milhões de euros. A empresa tem como principais acionistas Ana Menères de Mendonça (19%), João Borges de Oliveira (15%) Paulo Fernandes (14%), Domingos Vieira de Matos (12%) e Pedro Borges de Oliveira (10%)
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