A diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, e os elementos eleitos do Conselho de Redação (CR) concordaram que é necessário criar um código de conduta para a utilização das redes sociais por parte dos jornalistas da agência noticiosa, tal como têm feito vários meios de comunicação nacionais e internacionais. A decisão surgiu depois de Luísa Meireles ter publicado uma série de ‘tweets’ sobre um debate entre os líderes dos seis partidos com assento parlamentar, de acordo com um comunicado a que o Jornal Económico teve acesso.
Ontem, no debate a seis, houve tudo menos um arrufo. Não foi bonito de se ver a interpelação de Catarina Martins a Costa. E ele respondeu -lhe à letra. António Costa foi obrigado a descer a terreiro pq eram seis contra um. Já chega de debates.
— Luísa Meireles (@LuisaMeirelesVS) September 24, 2019
No primeiro ‘tweet’, Luísa Meireles refere que António Costa “respondeu à letra” a Catarina Martins, o que motivou polémica nas redes sociais e, mais tarde, uma reunião com o CR, na presença de Alberto Peres, Fernando Carneiro, Fernando Peixeiro, Joana Ramos Simões e Paula Teixeira.
“Por considerarem que a independência, a isenção e a imparcialidade são mais-valias da agência Lusa, que devem ser cultivadas e preservadas a todo o custo”, os cinco questionaram a diretora de informação sobre as publicações que fez Twitter a propósito do debate transmitido e segunda-feira na RTP. “Tenho perfeita consciência de que sou diretora de informação da Lusa, mas também sou Luísa Meireles, comento há muito tempo e não vou deixar de comentar”, respondeu Luísa Meireles, assegurando que será “mais cautelosa” na forma como se expressa online.
Não tentem ver isto como segundas intenções nem chamar o meu lugar de diretora da Lusa à colação. Não! Não tem mesmo nada a ver. Escuso de explicar q os tweets são curtos e só podem expressar ideias condensadas. Tanto assim é que já vou em quatro para explicar um!
— Luísa Meireles (@LuisaMeirelesVS) September 24, 2019
“Os elementos eleitos do CR condenam e afastam-se de posições assumidas por trabalhadores da agência, em redes sociais ou outras formas de exposição pública, que possam ser suscetíveis de pôr em causa a isenção e imparcialidade da Lusa, especialmente quando estas partem de elementos da estrutura da agência com especiais responsabilidades”, refere o CR.
Na reunião, a diretora de informação da Lusa lembrou que, assim que assumiu o cargo, quis dar mais visibilidade à agência e aos seus jornalistas (ou seja, tê-los a comentar em canais de televisão), o que mereceu a concordância dos elementos eleitos do CR, apesar de salvaguardarem que essas opiniões “devem ser rigorosas, criteriosas, isentas e imparciais” para não comprometerem a sua imagem e deontologia.
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