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Agências de modelos de crianças: TVI adia reportagem após providência cautelar

A TVI decidiu adiar a reportagem por uma semana sobre agências de modelos infantis, mas a estação garante que não vai ceder na sua denúncia: “Este trabalho jornalístico visa denunciar um conjunto de práticas enganosas levadas a cabos por agências de modelos de crianças”.
26 Março 2019, 09h41

Uma reportagem da TVI sobre agências de modelos infantis já não vai para o ar esta terça-feira, 26 de março. Um tribunal decretou uma providência cautelar que ditou o adiamento da reportagem “Dizem que vais ser uma estrela, tu compras uma ilusão”, da autoria da jornalista Alexandra Borges.

“O visado, que tem estas agências, está a tentar a todo o custo que não façamos a denúncia, o que não vai acontecer”, disse a jornalista na segunda-feira em declarações na TVI. “Impõe-se o direito a informação. Temos o direito de alertar pais e crianças para o que esta a acontecer”.

“Fomos notificados em cima da hora. A TVI não foi ouvida, só foi ouvida a outra parte numa tentativa de condicionar o nosso trabalho, o que não vai acontecer”, afirmou.

“Há uma coisa que vamos garantir, os nossos advogados estão a dar a volta a esta questão, tivemos que refazer algumas coisas da reportagem, mas vamos avançar com esta denúncia”, explicou.

“Eu garanto ao telespectador, em meu nome pessoal e da direção de informação: nada irá deter a nossa investigação e esta denúncia.  É só uma questão de tempo [para transmitir a reportagem] “, garantiu Alexandra Borges.

“O país lutou pela liberdade de expressão e a liberdade do direito a informação e os pais e filhos e os portugueses vão ver esta denunciar formalizada”, concluiu a jornalista.

Numa nota editorial da direção de informação sobre esta questão, a TVI diz que viu-se “obrigada a adiar a reportagem. Adiamos mas não calamos”.

“Este trabalho jornalístico visa denunciar um conjunto de práticas enganosas levadas a cabos por agências de modelos de crianças”, afirmou o jornalista Pedro Pinto no Jornal das Oito da TVI.

“O tribunal pactuou com esta tentativa de condicionamento, censurando assim imagens, sem sequer cuidar de saber se elas de facto existiam. A decisão não implica uma desistência, continuaremos a revelar cassos como este , em nome do direito a informar, da liberdade de imprensa, e dos cidadãos cujos direitos são atropelados, como neste caso, com crianças e adolescentes”, segundo a nota da direção de informação.

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