Air Europa negoceia a venda de 20% do capital à Air France-KLM

A Air Europa está a negociar a venda de 20% do seu capital à Air France-KLM depois de não ter sido bem sucedida na fusão com o grupo IAG, que continua a manter uma participação de 20%, informa o jornal espanhol “El Economista” esta quarta-feira.

De acordo com o jornal espanhol, este acordo vai proporcionar uma injeção de capital à empresa espanhola permitindo evitar a sua dissolução que poderia acontecer no final de 2025, caso não receba uma nova injeção de capital dada a sua elevada dívida.

O valor da transação ainda não foi finalizado, mas deve ultrapassar os 100 milhões de euros que o grupo IAG pagou durante a pandemia pela sua participação de 20%, dada a melhoria dos resultados operacionais da Air Europa.

No ano passado a Air Europa aumentou em 18% a sua receita e alcançou um lucro histórico de 165 milhões de euros, que deverá subir este ano para um valor entre os 180 e os 200 milhões de euros.

Os responsáveis do grupo francês confirmam ao “El Economista” que “as negociações estão em curso”, acrescentando que se trata “de uma cooperação comercial no âmbito da aliança Skyteam”.

A alemã Lufthansa e algumas companhias aéreas asiáticas, também manifestaram a sua intenção de entrar no capital da Air Europa, mas ao que tudo indica o acordo será feito com a Air France, que vê assim bem sucedida a terceira tentativa a vontade de adquirir uma participação na companhia espanhola.

Tentou-o pela primeira vez em 2018, quando negociou a compra da Air Europa ao longo de cinco anos em troca de mil milhões de euros, um acordo que poderia ser replicado agora, já que nessa altura estava planeada uma compra inicial de 20%.

Após o primeiro veto de Bruxelas à fusão, a Air France-KLM tentou uma nova forma de financiamento que distribuiu a participação acionista da Air Europa em 30% à família Hidalgo (detentora de 80% da Air Europa), 10% à Air France e 60% à Avolon Leasing, empresa de aluguer de aviões.

Contudo, o CEO do grupo IAG, Luis Gallego, voltou a intervir e acordou um empréstimo de 100 milhões convertíveis em 20% do capital e a compra da Air Europa por mais 400 milhões se recebesse ‘luz verde’ de Bruxelas.