Uma análise da Airhelp, um serviço online que permite aos passageiros pedir indemnização por cancelamento de voos, atrasos, ou overbooking, afirma que 52% dos pedidos de indemnização apresentados pelos passageiros aéreos em 2024 foram indevidamente rejeitados pelas companhias aéreas.
A Airhelp diz ainda que “muitas companhias aéreas utilizam todo o tipo de justificações para rejeitar as queixas dos passageiros, mesmo quando estes têm direito a indemnização” ao abrigo da legislação em vigor.
“O motivo mais descrito, em 2024, foi a ausência total de resposta por parte da companhia aérea (26% dos casos). Isto significa que mais de um quarto das queixas válidas não receberam qualquer resposta, deixando o passageiro num limbo administrativo, sem qualquer explicação ou resolução”, refere a empresa.
Em seguida surgiram, com 21%, “as rejeições baseadas em alegadas condições climatéricas adversas, como tempestades, nevoeiro ou vento forte. A análise da Airhelp conclui que em muitos destes casos “não havia provas de mau tempo na rota que justificassem a interrupção do voo”, acrescentando que os passageiros, por norma,” não têm acesso aos mesmos dados que as companhias aéreas, este argumento é repetidamente usado por estas para escapar” às suas obrigações.
“Outro motivo recorrente (13%) é a rejeição da documentação fornecida pelo passageiro, quer porque a companhia aérea a considera insuficiente, quer porque solicita documentos invulgares ou desnecessários, o que acrescenta obstáculos injustificados ao processo. Estes tipos de obstáculos, embora subtis, são eficazes para desencorajar os passageiros aéreos afetados de apresentarem as suas reclamações”, diz a Airhelp.
A isto junta-se também: restrições do controlo do tráfego aéreo (9%), problemas técnicos (4%) e atrasos inferiores ao limiar legal (3%). “Em muitos destes casos, as companhias aéreas não apresentam provas concretas para fundamentar as suas alegações ou fornecem explicações vagas, como “problemas operacionais” ou “circunstâncias excecionais””, alega a Airhelp.
“Em menor grau, mas igualmente preocupante, algumas companhias aéreas basearam as suas recusas nos seus próprios Termos e Condições (2%), apesar dos passageiros estarem protegidos por leis internacionais que se sobrepõem a qualquer política interna das companhias”, diz a análise da empresa.
A Airhelp refere que este relatório pretende também alertar “para o facto deste comportamento generalizado pôr em risco os direitos de milhões de passageiros aéreos” e apela ainda a uma “maior vigilância e a sanções por parte das autoridades competentes”.
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