Os sociais-democratas de centro-esquerda da Alemanha, o SPD, optaram por nomear oficialmente o atual chanceler Olaf Scholz como candidato do seu partido, apesar dos seus baixos índices de aprovação, das reticências internas – que se manifestaram muito audivelmente nas últimas semanas – e do desmoronamento da coligação que dirigia o país.
A nomeação do atual chanceler surge após semanas de discussões tensas dentro do partido sobre se seria a pessoa certa para dirigir a proposta do partido aos alemães, que será votada a 23 de fevereiro. Alguns membros do partido juntaram-se em torno do ministro da Defesa, Boris Pistorius — que tem uma taxa de aprovação mais alta — como substituto de Scholz. Mas Pistorius afirmou que não está “disponível” para candidatar-se a chanceler, abrindo o caminho para Scholz se manter no topo da lista do partido. Pistorius é um dos 33 membros seniores do partido com direito a voto sobre a matéria.
Segundo uma sondagem recente da estação pública ZDF, realizada na semana passada, apenas 37% dos inquiridos consideraram que Scholz está a fazer um bom trabalho no atual cargo de chanceler. Uma outra sondagem mostrava que uma grande maioria (78%) considerava que o SPD obteria um melhor resultado nas eleições de fevereiro com Pistorius como candidato a chanceler. Apenas 11% afirmaram que achavam que o SPD conseguiria uma vitória nas eleições sob a liderança de Scholz.
Numa reunião da secção juvenil oficial do SPD este fim de semana, a direção do partido foi acusada de conduzir o partido para um desastre. Recorde-se que o histórico da juventude social-democrata é muito mais radical que o partido sénior – e que os desentendimentos entre as duas direções são comuns e repetem-se desde há décadas.
Uma das líderes do partido ‘jovem’, Saskia Esken, disse em conferência de imprensa que o SPD não está a transmitir “uma boa imagem com a nomeação do nosso candidato a chanceler. Aliás, as recentes eleições para os governos regionais de algumas das maiores localidades do leste resultaram no emagrecimento do partido – que mesmo assim não chegou ao ponto que uma parte dos analistas antecipava.
Atualmente, a União Democrata Cristã (CDU), de centro-direita, lidera as sondagens com 32%. O partido dirigido por Angela Merkel ao longo de quase duas décadas escolheu Friedrich Merz como candidato a chanceler.
O partido ecologista dos Verdes escolheu Robert Habeck, enquanto a extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) nomeou Alice Weidel, sendo a primeira vez que o partido neo-nazi nomeou um candidato oficial a chanceler.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com