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Algoritmo da TAP é “artimanha inventada pelas consultoras e advogados”, afirma sindicato

A estrutura sindical Sitava refere-se depois à “sanha destruidora em marcha na TAP”, dizendo que “está a empurrar borda fora mais umas largas centenas de trabalhadores a quem se impõe que aceitem a saída ‘voluntária’ ou serão, na mesma despedidos”.
4 Maio 2021, 18h43

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) diz que o “algoritmo” alegadamente usado nas negociações da TAP com os trabalhadores “não é mais do que uma artimanha inventada pelas consultoras e advogados”, segundo um comunicado.

“À medida que os dias passam e vamos vivenciando o quotidiano de centenas de trabalhadores condenados a um despedimento coletivo encapotado, mais convictos ficamos do colossal embuste em que se tornou o chamado plano de reestruturação, que ninguém conhece, mas vai destruindo, paulatinamente, a TAP”, acusa o sindicato.

“Torna-se cada vez mais claro que o plano de reestruturação, pensado e executado pela tal consultora especialista em decapitar companhias aéreas, não é mais do que um conjunto de medidas avulsas” para “diminuir drasticamente a capacidade da nossa companhia, de modo que esta não incomode os grandes grupos europeus do transporte aéreo, quando a mobilidade regressar”, afirma o Sitava.

A estrutura refere-se depois à “sanha destruidora em marcha na TAP”, dizendo que “está a empurrar borda fora mais umas largas centenas de trabalhadores a quem se impõe que aceitem a saída ‘voluntária’ ou serão, na mesma despedidos”.

“Parece ficar cada vez mais claro que, tanto o Conselho de Administração como o Governo, o que pretendem com este exercício de manipulação é, simplesmente, justificar aos olhos da opinião pública o gigantesco despedimento coletivo que estão a promover na TAP chamando-lhe cinicamente ‘Rescisões por Mútuo Acordo’ e assim iludir os custos políticos de um despedimento coletivo numa empresa pública”, critica o sindicato.

No comunicado, o Sitava diz ainda que “o já muito falado ‘algoritmo’ não é mais do que uma artimanha inventada pelas consultoras e advogados de turno, para segregar trabalhadores pelos mais variados motivo”, garantindo que “umas vezes é porque não têm habilitações outras é porque as têm a mais, outras ainda porque têm absentismo, ou porque são muito caros e, se não tiverem nenhuma delas, então são despedidos na mesma porque o serviço vai ser extinto. Enfim, serve qualquer coisa para despedir porque, na verdade, é apenas disso que se trata”.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, assegurou esta segunda-feira que a TAP, tendo como principal acionista o Estado, não implementará políticas que não respeitem os trabalhadores e a legislação dos países onde tem atividade.

“Posso assegurar-vos que, tendo o Estado como principal acionista, a TAP não implementará políticas que não respeitem os direitos dos trabalhadores e as legislações laborais dos diversos países onde tem atividade”, afirmou o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que falava na abertura do ‘Aviation Day’, organizado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

Em 2020, a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.

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