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“Alimentaram a multidão de mentiras”. Líder republicano do Senado culpa Trump pela invasão ao Capitólio

Mitch McConnell atribuiu a culpa do ataque ao Capitólio a Trump, não tendo, porém, revelado como votará no caso de destituição que dará entrada na câmara alta do Congresso. Já outras figuras republicanas haviam apontado o dedo ao presidente, sobretudo depois de 6 de janeiro.
20 Janeiro 2021, 12h31

Mitch McConnell, o líder republicano no Senado, atribuiu ao presidente Trump a responsabilidade máxima pela invasão ao Capitólio no passado dia 6 de janeiro, argumentando que a multidão responsável pela rebelião foi alimentada com “mentiras”. As declarações foram proferidas esta terça-feira no regresso ao trabalho da câmara alta do Congresso.

McConnell junta-se assim ao grupo de republicanos que parecem ter esgotado a defesa ao presidente depois de quatro anos de acérrimo apoio à figura que revolucionou o partido.

“Alimentaram a multidão de mentiras. Foram provocados pelo presidente e por outras pessoas poderosas e tentaram usar violência e medo para parar um procedimento específico do primeiro ramo do Governo federal de que não gostavam”, afirmou o senador pelo Kentucky. O líder republicano ainda não fez saber como votará no processo de destituição de Trump.

As declarações foram recebidas de forma mista dentro do Partido Republicano, onde o presidente cessante continua a ser, de longe, a figura mais popular junto dos eleitores. McConnell teme que Trump aliene ainda mais os seus apoiantes, o que poderá representar um risco para o partido nas eleições intercalares de 2022, quando uma boa parte da base republicana poderá estar tão cética em relação ao processo eleitoral que nem comparece no voto.

Conforme salienta o New York Times, vários estudos indicam que a vasta maioria dos eleitores republicanos acredita nas alegações infundadas do presidente sobre uma fraude generalizada nos atos eleitorais americanos.

Várias vozes dentro do partido haviam já condenado a postura de Trump durante a campanha e, sobretudo, após se tornar evidente que o presidente havia perdido a eleição e ficaria no cargo por apenas um mandato.

Mitt Romney, senador pelo Utah e antigo candidato presidencial, há muito que não esconde o desdém e desacordo com Trump, tendo mesmo sido o único republicano a votar a favor da destituição do presidente no seu primeiro processo de impeachment e o primeiro senador a votar favoravelmente ao afastamento de um presidente do próprio partido na história americana.

Os senadores do Pensilvânia e Alasca, respetivamente, Pat Toomey e Lisa Murkowski, foram rápidos a reagir aos eventos de dia 6 de janeiro, pedindo a remoção do presidente depois de este incitar a multidão que invadiu o Capitólio.

Vários governadores, incluindo dos estados do Massachussetts e do Maryland, pediram também a Trump que se afastasse depois da rebelião em Washington. Estes políticos juntaram-se aos 10 representantes republicanos que votaram favoravelmente o processo de impeachment na Câmara dos Representantes, acrescendo os seus votos aos da maioria democrata.

Já durante a campanha presidencial, vários grupos de figuras ligadas ao partido constituíram comités de ação política, os chamados PACs na democracia americana, para angariarem fundos a favor de Joe Biden, defendendo que Trump representava um perigo para o país. Grupos como o The Lincoln Project ou o 43 Alumni for Biden incentivaram ao voto no candidato democrata, apesar de serem fundados e geridos por republicanos.

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